A “água e o vinho” da nossa juventude


Por Gilvaldo Quinzeiro


A pouco, eu assisti a um vídeo, no qual, um casal de idoso dança maravilhosamente bem! Aliás, qualquer adjetivo é pouco para quantificar ou qualificar o desempenho daquele casal de dançarino!  Se eu não tinha nada para fazer hoje, ganhei meu dia ao assistir este vídeo. E mais do que isso, eu não só fiquei deveras maravilhado, como inspirado para escrever este texto.

Eis um convite meu caro leitor para bailar comigo!  A vida é uma festa, mas entrar na dança depende do nosso estado de espírito.

Por isso, dançar quando jovem de rosto colado é festa! Não há nenhum segredo nisso! É como água, que corre para o mar... Porém, continuar a dançar, quando as faces por si só já não mais se atraem, isso sim, é saber cultivar a beleza e o espírito da juventude para além de um mero instante, que se aprisiona ao espelho.

Em outras palavras, isso é alquimia transformadora da alma! Chegar aqui é mais do que ter transformado água em vinho, é, pois, ter transformado a si mesmo!  

Dançar a despeito do corpo caído, é provar que a vida pode ter outros significados!  E quando esta dança serve de alimento a um antigo romance – é sim se servir de vinho e paixão para além das épocas e seus paradigmas!

Aliás, se esta nossa existência for apenas uma passagem, eu acredito que seja, mas não quando nos tornamos “prisioneiro do espelho”, isto é, preso a uma ideia de tempo ou de juventude; preso a uma face – aquela que tínhamos enquanto jovens...

Ora, imaginar que quase ninguém consegue passar desse estágio, isto é, da condição de prisioneiro do espelho, é simplesmente compreender que nem os primeiros passos rumo a esta “passagem”, conseguimos dar!


Eis enfim, o segredo da juventude. Para além da pele, uma questão de estado de espírito!

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