O discurso e as “águas”: as mesmas que se petrificam
Por Gilvaldo Quinzeiro
De volta ao rio de Heráclito, isto é, aquele no qual não
se pode banhar duas vezes, posto que o rio já não seja o mesmo, eu diria,
contemplando o movimento das águas que não se pode interpretar a realidade devidamente,
levando em conta apenado o lado de cá ou de lá.
Há, pois, que se atravessar o rio por mais perigoso que seja
se não quiser ficar preso a uma parcialidade interpretativa.
Os discursos de hoje, são como o de dois sujeitos, um de
cada lado do rio, portando, surdos e cegos ao discurso do outro.
O que estes sujeitos não sabem porem, é que o rio do qual
falam, não é o aquoso, mas o que se petrificou em seus discursos.
Portanto, a realidade é tão complexa quanto o movimento
das águas. Não há, pois, como bem interpretá-la, se não mergulhar fundo: o
perigo consiste em exatamente em se afogar!
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