A vida: que sejamos dela seus adeptos!
Por Gilvaldo Quinzeiro
A morte: quem diabo é esta “senhora” sempre virgem de vida,
mas grávida de si mesma pelas suas próprias mãos?
E nós estamos grávidos de quê? Como explicar uma situação
em que uma mão não mais quer lavar a
outra, e sim cortá-la?
Que tipo de ‘cavalo’ nos tornamos quando perdemos as rédeas e o interesse pela vida?
Ora, tudo isso nos leva a concluir o quão é complexo o
engenho humano. Sigmund Freud já falava que as nossas neuroses já são em si mesmas, uma
espécie de religião com todas as suas normas e rituais.
Talvez por isso,
somos todos inclinados à prática
dos sacrifícios como ato de reparação!
E por falar em sacrifício, a morte é o seu exemplo mais
eloquente. Ou seja, na origem da maioria das crenças, senão todas, está a morte
de um individuo ou de um animal, como causa, que principia algo que se relaciona com o sagrado.
Em certo sentindo, estamos permanentemente em estado de
luto! E assim sendo, a depressão se
tornou uma daquelas constantes, mas inoportuna visita!
Ora, isso tudo se agrava quando a sociedade, em nome do
progresso, da competitividade, abandona seus indivíduos!
Vejamos este paradoxo: a mesma sociedade, que se orgulha
de coletar e reciclar o lixo, não é capaz de despertar em seus indivíduos a importância de se saber
acolher, lidar e a gerenciar suas emoções!
Pelo contrário, a sociedade atual incentiva à disputa, a
competição, o individualismo. Qual o
resultado disso? O individuou, desamparado,
desraizado e despedaçado, busca o
mais árduo de todos os sacrifícios como solução dos seus problemas
existenciais: a morte!
Veja que coisa: o
sorriso não é mais algo
espontâneo: nós só sorrimos quando de ante de uma câmara. Ou seja, tudo de
forma normativa e ritualística. Está escrito: “sorria, você está sendo
filmado”!
Portanto, devemos repensar com urgência os paradigmas,
que norteiam a nossa sociedade! Que sejamos adeptos da vida e da alegria de
viver!
Que sejamos capazes
de olhar nos olhos do outro, e dizer eu te amo, e não sermos os primeiros
a se vangloriar em enviar flores a um
ente querido, quando este já não pode mais sentir nenhuma emoção!
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