O lixo e as outras condições também humanas
Por Gilvaldo Quinzeiro
Nos últimos dias, as noticias têm sido as mesmas: a nossa
classe política sem mensurar a sua falta de vergonha! Mas as outras noticias
(que outras noticias?), também têm nos expostos ao pior de nós mesmos – a Cracolândia
- esta que não para de crescer, tanto ali, quanto acolá.
Estamos, enfim, sentados na própria merda!
O homem é também o lixo de si mesmo, quando esgotadas
todas as outras condições da não reciclagem. O inferno é, em certo sentido, conforme reza
as tradições antigas, o esgotamento destas condições, ou seja, é a não possibilidade
da reciclagem.
Nestas condições, o que é então, a Cracolândia? Que
condição é aquela em que um ser humano chega a se agarrar a uma Cracolândia? Tais
condições são ou não o esgotamento das condições de quaisquer reciclagens? Podemos
falar ali, na Cracolândia, como o homem sendo atirado à condição do ‘lixo de si
mesmo’? Não é a Cracolândia o inferno em sua mais ‘perfeita’ condição?
Não dá para ser otimista, ainda que os avanços da ciência
tenham contribuído significativamente para a melhoria da condição humana. Oh!
Mas afinal, o que é mesmo a condição humana?
Muitos dos moradores da Cracolândia, hoje expostos não só
ao frio paulistano, mas a todo o tipo de ‘ferida’ – viviam antes em lares ‘confortáveis
(?). E agora podemos falar que estes
vivem em que condições?
Eu tenho dito, e repetido: em certo sentido, nós nunca saímos
das cavernas!
Precisamos com urgência repensar a sociedade como um
todo. Mas nada podemos fazer sem que levemos em conta o indivíduo, enquanto ‘engenho’
ou enquanto ‘parto’ de todas as condições, inclusive aquelas que o levam ao suicídio!
Por fim, é possível que nessa sociedade marcada e voltada
apenas para o consumo, tenhamos nos transformados na mais eficaz das criaturas:
‘cupins’ da nossa existência!
Comentários
Postar um comentário