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Mostrando postagens de novembro, 2015

Falando do pau que nos abunda!

Por Gilvaldo Quinzeiro Este texto em formato de ‘pó de estrada’, faz um gracejo a Jessier Quirino, um caboclo cuspido e escarrado   na viva oralidade nordestina.  Vida longa à reflexão cabocla! O pau que fecha a porteira. Não sabem ‘os bois’ que é o mesmo com o qual também a boiada poderia escapar. Basta uma coisinha de nada: pensar! Pensar, meus amigos!  Não foi, pois, à toa que René Descartes em tempo de tantas dúvidas, soube que existia! Neste período de ‘vacas magras’, a dúvida é, portanto, um sinal de vitalidade. Infelizmente aos ‘bois’, entre a corda e acordar não há diferença. Tudo representa a mesma focinheira!   Daí que fica difícil e penoso, saber o que não é ‘boi para o confinamento’, hoje em dia! É exatamente nestas condições de final de estrada, onde aparece ‘Dom Quixote’ e seu cavalo! Claro que as condições do tempo são de tal ordem que, cavalo e cavaleiro se encontram montado na mesma coisa: na incerteza! A vantagem, entretanto, nesta altura pe

O ‘rio doce’ da nossa lama política!

Por Gilvaldo Quinzeiro A vassoura e a filosofia. Afinal, qual destas duas ‘ferramentas’ nos faz mais falta? O fato é que a lama política, que soterra o país inteiro, assim como   a lama que escoa bruta sobre o Rio Doce, tanto uma, quanto a outra, não tem mais volta: tudo foi para o fundo da nossa falta de vergonha! A natureza política também tem seus limites. Toda a lama acumulada ao longo de uma história, um dia há de estourar para o espanto de quem acreditava ter todo sob controle. De modo que a lama que hoje se sobrepõe as águas do Rio Doce e a lama da nossa política é uma só. Tudo é uma fusão do nosso tempo. E que tempo é este? – O tempo da matança da nossa esperança! Eu tenho falado reiteradamente da ‘seca’ de homens. A cada dia, eu me convenço desta assertiva. Faltam-se homens para pensar a complexidade do mundo, bem como para   erguer as cercas que impedem os passos seguintes.   No Brasil de hoje, com raríssima exceção, os homens envergonham os ratos. Nunc

Meu ‘peixe’, qual o nome da sua dor?

Por Gilvaldo Quinzeiro O texto abaixo, é um esforço para falar da condição do sujeito contemporâneo e da sua falta de ‘folego’, diante do peso do existir. Para levar a cabo esta tarefa, vamos partir da escuta psicanalista, sem, contudo, entrar no seu mérito – tarefa esta que precisaria de um esforço e técnica mais aguçada. O texto a seguir, portanto, falará da tríade -  a palavra, o sujeito e a coisa -  a ‘trempe’ da qual a subjetividade emerge. A palavra não está no lugar. A coisa sim!  Ora, nestas condições, o sujeito está ferido, mas não consegue dar nome a própria dor. Eis, um dos quadros, que caracteriza a contemporaneidade. É nela, a contemporaneidade, que o sujeito se esfola em busca de elos e explicações para a realidade que o cerca ou da que o assola por dentro. Tantas são as dores. Mas, em contradição a estas dores, a sensação é de um imenso vazios! Como sentir o vazio, se em seu lugar a dor prepondera e dilacera? Isso responde mais sobre ‘a coisa’

A roupa, o estilo e os nós da nossa política

Por Gilvaldo Quinzeiro As roupas estendidas no varal podem revelar mais do que os remendos ocultados pelos gestos da mão – como por exemplo, a imaginação dos que agora estão despidos.   De um certo modo, o ruim das coisas, não estão necessariamente nas coisas, mas apenas revela, o quanto sobre elas, estávamos enganados. Sim, meu caro ‘fantasma’, tal como aquela história da ‘roupa do rei’, aos olhos da realidade, não há calça comprida – tudo é bunda de fora! A prisão agora a pouco do Senador Delcídio do Amaral, do PT-MS, pela Policia Federal, me fez pensar na finura de um fio dental, isso mesmo, aquele que não é usado entre os dentes. O estilo. O Senador foi preso em um hotel de luxo em Brasília. Uma ópera, talvez, a do ‘fantasma’, cairia como uma luva em nossos ouvidos. Será?   Bem, em se tratando de estilo, costumes e outros que tais, ou a gente, para o bem da nossa ‘moral’, volta a ser como os índios ou, então, vamos continuar bem trajados, mas sem deixar d

A ‘velhice’ dos nossos jovens. Uma breve reflexão sobre a natureza dos nossos dias

Por Gilvaldo Quinzeiro Acredite se quiser, em que pese o aforismo das minhas palavras, mas os jovens se não estão se antecipando a velhice, revelado pelos precoces sinais de cansaço e depressão, porém, o mesmo não se pode negar em relação a morte, isto é, os jovens estão simplesmente se ‘matando’. Seja pelas drogas, urubus da nossa carne viva, seja pela violência banalizada como um radical ‘estilo’ de vida! Segundo estudos, de 2013 até 2019, caso as condições atuais não sejam alteradas, 42 mil adolescentes serão assassinados no Brasil. Se levarmos em conta estas estimativas, significa que um exército inteiro marcha neste momento em direção a própria forca!   Veja que não estamos falando das também anunciadas catástrofes naturais, que hão de soterrar outros milhares. Bem, o dito acima é apenas para introduzir a reflexão que este texto se propõe.  Será que esta inquietude e a inconsequência dos nossos jovens, não significa exatamente a sua ‘preparação’ para um cenári

Pela Paz!

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Por Gilvaldo Quinzeiro A ‘minha Terra interior’. É esta terra que eu habito por inteiro, independentemente de que a realidade, que me soterra seja porosa. Cada um tem a sua ‘Terra interior’. Por isso mesmo, é obrigação de todos cuidar da sua! De tempo em tempo, ou se não em todas as estações do ano, os homens se surpreendem com a safra de ódio, quando, paradoxalmente, todos afirmam que só semearam o amor e o bem! Ora, o amor e o ódio são umbilicalmente próximos – quase nada os separam. O homem não é só o semeador, mas a própria terra. Dizer que o homem é a própria ‘terra’, é chamar atenção para a nossa responsabilidade; é dizer que podemos estar ‘grávidos’ do que amanhã vai nos devorar! Em outras palavras, assim como para a guerra, a paz é um exercício permanente. Bem, o dito aqui, nos chama atenção para uma tomada de consciência. A consciência hoje se artificializou junto com o nosso olhar. O homem é um ser ‘desarvorado’ – suas raízes se tornaram aére

A globalização, o ovo e o indivíduo: somos todos filhos da ‘galinha dos ovos de ouro’?

Por Gilvaldo Quinzeiro O sonho de um mundo globalizado é como o ovo, isto é, se esbarra e se quebra no exato momento em que nasce ‘o indivíduo’. Ora, o indivíduo, ‘ o pinto’, ao mesmo tempo que deixa o ovo, há de ciscar sobre o mundo que lhe esmaga. A globalização ou a ordem mundial vigente   é em certo sentido, uma espécie de ‘galinha dos ovos de ouro’. Isto é, útil para se contemplar, mas potencialmente perigoso para os poucos que se aninham com ela. Ora, o que assistimos hoje protagonizado pelo Estado Islâmico, mais especificamente, no que se refere a violência praticada por ‘franceses que não se sentem francês’, tal como o que ocorreu nos últimos atentados em Paris -     é o indivíduo no seu afã de pertencimento se rivalizar com o global -, que lhe transcende ou que nega a sua individualidade. Em outras palavras, o mundo é de uma complexidade tal, que no ‘frigir dos ovos’, o indivíduo não passa de um pobre pinto pelado! Quem somos nós no mundo que, por ser

A velha humanidade!

Por Gilvaldo Quinzeiro Arquimedes, em seu tempo se ‘queixava’ da falta de uma alavanca para erguer o mundo. Vendo tudo pela ótica de hoje, constataremos que quase nada faltaria a Arquimedes. Porém, também para as nossas queixas, que ‘ferramentas’ nos estarão disponíveis? A velha humanidade, como sempre, parece estar em trabalho de parto. Suas dores e contrações acompanham todas as gerações. Só o ‘rebento’ tarda vir! Enquanto isso, a pressa substituir a prece. O ‘bem’ faz o mal a quem quer que do ‘bem’ não faça parte. Em suma: o mal há por todas as partes, embora o ‘bem’ seja por todos plantado. Em 1572, em Paris, católicos e protestantes deixaram as ruas da hoje, cidade luz, cobertas de corpos. Era tanta gente morta que até hoje não se sabe a quantia direito. Na conta de alguns, foram 2 mil mortos. Na conta de outros, 30 mil. O certo, porém, é que tal episódio passou para a história como a Noite de São Bartolomeu.  Tudo isso, (pasme!) depois da festa de um casame

O silêncio das cigarras

Por Gilvaldo Quinzeiro Como se não bastasse o racionamento de água, em virtude da estiagem que atinge a região, o rompimento de duas barragens, a do Fundão e a de Santarém, em Mariana, Minas Gerais, ocorrido no último dia 5, simplesmente seca de vez, o que já era escasso – o Rio Doce foi invadido por um mar de lama – a natureza agoniza diante do rosto espantado dos homens. Mais de 600 pessoas estão desabrigadas. Ao menos 15 pessoas morreram. A lama soterrou milhares de peixes. E a vida teve um golpe fatal. No Nordeste, uma das piores e prolongadas secas, é a maior em 50 anos, põem à prova a sobrevivência dos nordestinos. Em Alagoas e Paraíba, 26 cidades estão em colapso total de água. Poços e reservatórios estão secando. Sem pasto e sem água, os animais estão morrendo. Em tempo de crise econômica e política, de onde enfim, virá o socorro? Com a mudança de hábitos, quem saberá se utilizar das velhas técnicas de sobrevivência? O silêncio das cigarras. A seca po

Paris ontem, uma reflexão hoje.

Por Gilvaldo Quinzeiro Iniciamos a nossa peleja ‘palavrais’ de hoje, dizendo o seguinte:  na realidade, o mundo continua o mesmo, isto é, muito pequeno para uns e grande demais para outros pularem fora dele. Sorte tem quem escolheu satisfazer as suas ambições sentando-se na primeira pedra do caminho, a exemplo, do filósofo grego Diógenes! Nos atentados de ontem, sexta-feira, 13, Paris pareceu pequena e tão ao alcance das atividades extremistas. Por outro lado, para quem tentou “ pular fora”, tudo pareceu distante demais. Parafraseando Heráclito, ao menos uma coisa é certa: “ninguém dorme no mesmo mundo que amanhece”. De todas as coisas chocantes existente no mundo, uma em particular me choca mais, a saber, como as pessoas usam o Nome de Deus. Na matança de ontem em Paris, por exemplo, o Nome de Deus foi usado como ‘senha’ para, em seguida, ser desencadeado o ato criminoso. Afinal o que está em jogo?  A luta para se impor um deus único para todos ou um único deu

Sim, seu cavalo!

Por Gilvaldo Quinzeiro Este breve texto é um protesto aos maus-tratos e o abandono de cavalos e jumentos no Brasil, sobretudo, no Nordeste, onde há inúmeros casos de animais abandonados ao longo das rodovias, provocando acidentes e outros problemas, inclusive a morte de pessoas e a do próprio animal. Pois bem, o progresso já foi também festejado, quando puxado sobre lombos de cavalos.  Tudo era ‘amarrado’ conforme os cipós disponíveis. Tempos de veredas, ladeiras e lamaçais, mas nada que impedisse que “o novo, o útil e o indispensável” chegassem ao seu destino. Sim, o cavalo já foi os pés e as mãos do homem! Aliás, a força propulsora para alavancar o progresso, era medida pela quantidade de cavalos. Entretanto, o progresso só é amigo dos seus próprios interesses. Hoje, os pés e as mãos do homem ganharam asas. “O novo, o útil e o indispensável” não se fazem por esperar: temos que dormir na fila como galinha a chocar os seus ovos, do contrário, o ‘pinto’ não nasc

O ‘cão’ do homem: amigo de quem?

Por Gilvaldo Quinzeiro Neste tempo curto, onde nos sobram as receitas e sugestões sobre tudo, exceto sobre como não ser hipócrita, eu posso treinar um cão até este, finalmente, atender   quando chamado pelo meu nome e, mais ainda, a repetir todos os meus ‘bons comportamentos’, ou seja, se tornar quase um homem, todavia, este mesmo treinamento, não me ensinará o que fazer, quando, de repente me vier uma vontade louca de morder o cão! Em outras palavras, somente ‘o cão’ do homem não poderá de todo ser adestrado, pois, este se situa em algum lugar distante dos ‘amarradios’ normativos. De sorte que, os homens que ‘morderam’ a corda falando exaustivamente desse assunto, a exemplo de Freud, não foram levados a sério. A hipocrisia é, às vezes, a face mais aceitável de uma sociedade! O fato é que, vez por outra, na história, os ‘cães’ se plantam no poder – estes são os períodos de ossos expostos em covas rasas. Por fim, na educação das crianças e jovens, deveríamos f

O ciúme quando alimenta, mata!

Por Gilvaldo Quinzeiro O ‘diabo’ do ciúme é um corpo sarado, que não é o meu, e um rosto lindo de ‘morrer’ que todos veem.  Isto é, quando para um dos amantes, a ideia de pertencimento está perigosamente identificada apenas com o ato de devoramento.   O caso da morte da dançarina Ana Carolina Souza, de 30 anos, ocorrido nesta semana, em São Paulo, pelo seu ex-namorado Anderson Rodrigues Leitão, de 27 anos, ilustra bem esta nossa afirmação. Que o ciúme provoca vítimas, isso não é de hoje. Ou seja, em todas as épocas, o ciúme se fez presente. Na mitologia grega, por exemplo, um dos casos mais famosos é o de Hera, esposa do mulherengo Zeus. Entretanto, o que nos chama atenção nos dias hoje é que tudo parece estar ‘em carne viva’ – sem a proteção da pele.  Nestas condições, ‘amar’ se tornou perigoso demais – quase um ritual macabro! Anderson, por exemplo, segundo as noticiais, fez sexo com Ana, antes  de matá-la, e depois, com ela já morta, a maquiou. Voltando

Como permanecer de pé diante da pressão que nos enverga?

Por Gilvaldo Quinzeiro O título acima parece de livro de autoajuda. Mas não é. Embora, eu já tenha pensado em escrever um. Quem sabe em breve? O texto a seguir vai se referir ao ‘coração’ das coisas. Das coisas feitas para se parecerem como tais e das coisas cujas aparências ocultam o seu ‘barro’ interior. Depois da NASA anunciar evidência de água no planeta Marte, não tenho dúvida de que o próximo passo será a estrondosa revelação de que sempre tivemos ‘vizinhos’ espalhados pelo universo.  Aliás, quem nos plantou a ideia da existência de vida apenas na Terra, estava ‘seco’ de outras possibilidades! Ora, é estranho pensar que somos os únicos passageiros do tempo. Logo, nós os ‘cupins’ da Terra! Pois bem, em recentes imagens do telescópio Plank, da Agencia Espacial Europeia, os cientistas parecem ter se deparados com aquilo que muitos chamam de ‘universo paralelo’ ou múltiplos universos – trata-se de uma mancha estranha de luz brilhante, que pode ser o resultado d

O futuro, a religião e as axilas: tudo enfim tem um cheiro

Por Gilvaldo Quinzeiro O futuro que ‘diabo’ será e a quem pertencerá? Eis um tema tão caro e tão recorrente às religiões – não o futuro – mas o ‘diabo’. O futuro está para nós como as axilas, isto é, temos, mas não as percebemos, exceto pelo seu mau cheiro. Assim sendo, pelo cheiro de ‘peixe podre’, enfim, estamos de cara com o futuro! O passado é por aquilo que os jovens palestinos atiram suas pedras. O presente é o modo pelo qual os israelenses ostentam suas armas. O futuro poderá ser o ‘enterro’ de toda a Terra Santa com o seu povo escolhido! Ah! As axilas de Deus, afinal o que estas têm a ver com as nossas? Em “Moisés e o Monoteísmo” (1937-1939), Freud coloca seu ‘nariz’ exatamente nas ‘axilas’ do povo judeus chamando atenção para o fato de que estas não são tão diferentes das nossas, em que pese toda a sua caminhada ao longo da história. Pelo contrário, é exatamente esta caminhada ao longo da história que as fazes sujeitas ao odor! ... Claro, eu esto