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Mostrando postagens de junho, 2015

Uma prosa sobre a porteira do curral

Por Gilvaldo Quinzeiro     Futebolisticamente, o Brasil se encolheu feito um cunhão de bode durante a capação: muito berro pra nada!   De fato, os nossos atletas não passaram de “bodes embarcados”. Adeus Copa América! Oxente! Por falar em cunhão encolhido, como estarão os de Neymar ao se sentir mais que um cabrito? O Brasil, portanto, se quiser vencer, não os amistosos, mas uma competição oficial, precisa ser como Tom Zé, isto é, autêntico e ousado. Chega de tanto jogada ensaiada, pra muito pouco aproveitamento! Sim, não é só o Brasil do futebol que precisa aprender com a autenticidade Tom Zé, mas o Brasil real - aquele no qual as redes de tanto puídas já não suportam nem os remendos! Falando em redes puídas. A nossa política, em tempo de grave crise econômica, anda arrastando a bunda no chão! Aqui nem Tom Zé, nem tom algum parece dar jeito. Tudo parece fluir para o estouro da boiada! Na política local, então, muito tons de cinza. Algumas caras já desbotadas t

A palha de tanger galinha

Por Gilvaldo Quinzeiro   Pois é meu compadre! A palha de tanger galinha. Este tempo ficou para trás. Hoje com tantas portas atravancadas, a da frente da casa se planta nua para à rua! O vaqueiro com seu gado geneticamente alterado, pela força da pressão do mercado, daqui a pouco caga dinheiro -, marcha com a bunda colada sobre o tanque quente de uma moto por estradas de pó avermelhado pela chuva de tantos fertilizantes agrícolas! Ah meu “compadre de fogueira”! nas noites juninas não mais se tocam baião – só forró eletrônico em bandas caras de dançarinas quase nuas! Tudo em forma de “pacote” só para as Prefeituras desviarem  dinheiro! “Compadre de fogueira”? Sim, houve tempo em que se “passava fogo” para, a partir daquele dia os vizinhos todos serem chamados pelo outro, de compadre ou comadre! Isso entre os mais velhos, pois entre os moços, era “noivinhos”;       queridinhos” e outros que tais. Também se “passava fogo” de primo; irmãozinho; “meu chapéu”; “minha rosa

Ganhamos vozes ou perdemos os ouvidos?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Hoje todo mundo fala. Todos, enfim, ganharam vozes! As redes sociais estão ai mesmo!   Tudo ficou magicamente ao alcance de um simples dedo! Que maravilha? Entretanto, para as coisas ditas, mas que não “bombam”, os ouvidos se fazem de surdos, logo, a notícia não é aquela que informa, educa e esclarece, e sim aquela coisa que grita: Baroom! Baruuum! - Mais um corpo estraçalhado no chão! “O compartilhar” de sangue ainda misturado com areia, torna todas as pessoas “solidários”; as mesmas pessoas que jamais ofereceriam uma xicara de café a um vizinho ou cumprimentariam o colega de trabalho com um “bom dia”! Todos sangrando com a banalização da vida! Que diabo? – Não o deus nosso de cada dia! De repente, tudo ficou rasteiro com a bunda no chão! Eh! ganhamos vozes  e até  alto-falante. Oba!   Mas quem se abstrai? Tudo virou só distração! Bumm!        

Casa & tapera

Por Gilvaldo Quinzeiro   Assim como há falas que ao invés de revelarem, ocultam e silenciam, os segredos mais remotos     se expõem  facilmente nas dobradiças e fechaduras no duro exercício do viver diário. De tal modo, a casa que em si mesmo não traz os resíduos de uma tapera, não está suficientemente erguida para sobreviver aos  seus gemidos e as suas assombrações. Portanto, viver moído é diferente de ser moinho. A dor não só nos ensina, como há um ‘gozar’, que de outro  modo   por  nós   nunca   se realizaria!        

O mundo sem maquiagem. O drama dos milhões de refugiados

Por Gilvaldo Quinzeiro   Sem água, sem pote e sem rudia. O mundo enfrenta a pior de todas as ‘secas’ – o ódio. E por isso mesmo se torna perigosamente pequeno! Milhões de pessoas entre crianças, jovens e adultos estão em marcha, porém, sem ter para onde ir.   Segundo relatório divulgado neste mês de junho pelo Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), o ano passado, 60 milhões de pessoas foram obrigadas a fugir de seus países, seja pelas guerras, perseguições religiosas, seja por perseguição política. Para muitos só há dois caminhos, ambos, traiçoeiros diga-se de passagem, a saber, os desertos escaldantes ou a fúria dos mares revoltos. Uma fuga em massa diante de um mundo cada vez menos amistoso. País como a Hungria, por exemplo, está disposta a erguer um muro de quatro metros de altura, a fim de impedir a passagem para seu território de imigrantes. Muito desses imigrantes vindos da Síria, palco de uma sangrenta guerra civil A xeno

Uma introdução à intolerância religiosa

Por Gilvaldo Quinzeiro   Deus e a intolerância religiosa – que Deus? – sim. Que Deus se nutre do ódio e da intolerância religiosa? Eu acredito que Deus no seu infinito poder, prescinda da mesquinhez e querelas dos homens para reinar! Ou seja, quando estas questões, como   a da intolerância religiosa,   por exemplo, ganha o discurso e a práticas dos homens; dos homens (pasmem!)   que ‘falam em nome de Deus’ -     é porque   de fato estamos apenas a serviço dos interesses das   religiões,     mas, nunca de Deus! Isso me faz pensar que, nada é mais humano do que as bases que sustentam a religiosidade! Ainda bem! Nesta semana, uma garota de 11 anos foi apedrejada por dois homens, quando retornava para casa, depois de participar de um culto de Candomblé. A menor foi socorrida e internada em um hospital   com ferimentos na cabeça. O fato aconteceu na cidade do Rio de Janeiro, e vem ganhando repercussão nas redes sociais. Este caso não foi o    primeiro. E infelizmente

O andar sobre as águas...

Por Gilvaldo Quinzeiro   “O segredo de andar sobre as águas”, se há algum segredo, é se fazer de ponte, quando as travessias não forem  possíveis  à passos comuns. Ou seja, é se afundar em si mesmo, no mais profundo de si. Ora, esta reinvenção de si mesmo implica em sobreviver a “curvatura do espelho”! O mar que nos afoga é também o mar que nos transforma! Quem de mim me espera lá do outro lado, certamente  sobreviveu a todas as tormentas. O segredo das árvores, a despeito das tempestades, é não se ‘desarvorizar’! Uma pena, pois, passarmos toda uma vida atolada na pressa, que nos desfaz ao mais leve sopro das brisas!

Meu Jesus?

Imagem
Por Gilvaldo Quinzeiro Foto: Reuters/ João Castellano  Sem os símbolos, não perceberíamos que a nossa existência é volátil,   quanto uma bolha de sabão.   Uma das nossas ‘cruzes’ é, portanto,   para   não nos desmancharmos   diante de tudo que se evapora! A imagem   de Jesus Cristo crucificado   é sem dúvida, um dos mais poderosos símbolos da nossa civilização ocidental –   a vida e a morte fundidas num único esforço. A guerra e a   paz separadas   apenas por um gesto. Mas, quem foi Jesus Cristo? A quem interessa     vê-lo crucificado para sempre?   Que ‘Jesus’ se sacrificaria nos dias de hoje e por quem? Por que tanto esforço para termos o monopólio da sua imagem? Pois bem, no meu entendimento, com a atual crise política, que atinge a todos os partidos políticos brasileiros, este ‘vazio’, digamos assim, é ocupado por dois movimentos sociais de peso, a saber, os evangélicos e LGTB ( Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). De um lado,

A redução da maioridade penal. Que pena?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Uma pena! A sociedade brasileira,   da mesma maneira que não conseguiu vencer     a guerra contra um    simples mosquito, o   da dengue, também não foi capaz de evitar que muitos meninos e meninas se tornassem ‘bandidos!   A redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, como uma solução para diminuir os índices de violência,   é a prova de que,   a família, a   escola,     o estado, a sociedade enfim,   não foram capazes de cumprir preceitos básicos, como o de assegurar as crianças condições mínimas de vida! Em outras palavras, todos nós fracassamos. Todos nós somos chamados a assumir a nossa parcela de culpa! A redução da maioridade penal, caso venha ser aprovada, atende o clamor das ruas – a histeria coletiva, digamos assim,   mas não responde onde erramos e muito menos o que   devemos fazer   para que   daqui a algum tempo – não estejamos reduzindo a maioridade penal dos 16 para os 10 anos! Já pensou o apelo   das ruas reivindicando, a

O ato sexual. Uma peleja de imagens!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Sexo é imagem. A outra parte que nos emperra ao fazê-lo   – também! Os que preferem uma boneca inflável ou outros similares, não estão fazendo nada mais e nada menos, do que “fazer amor”   com o que lhe foi possível criar no campo imagético. Alguns não conseguem nem com isso! Outros, que dizem fazer demais – morrem de medo da   sua imagem ao contrário! Ninguém a exemplo de   Freud resistiu tanto de pé ao falar destas coisas!   Por isso mesmo, a sua imagem   nos faz tanta falta nos dias de hoje. Sexo se faz antes com as imagens. As mesmas,   que nos esculpem o corpo. Ocorre, entretanto, que tais imagens,       muitas vezes não são as nossa; mas as usamos como cavalo! Sim. Como cavalo! Do contrário,   quem conseguiria cavalgar nestas estradas tortuosas   com seus próprios passos?   Sexo se faz durante,   também,   com as imagens – aquela que nos acolhem no momento em que tudo de nós nos escapa. Aqui, o cavalo e o vaqueiro se fundem na pel

Que edificio é o sujeito?

Por Gilvaldo Quinzeiro   A palavra é o ‘barro amassado’ atirado contra a   parede do mundo real. Caso contrário, o   sujeito seria   o ‘entulho’ no seu esforço de edificar o mundo. Ora, o mundo como está, nada mais se fixa, logo, estamos vivendo não só a crise da palavra, como o desmoronamento do sujeito enquanto ‘edifício’! Em outras palavras, há a prevalência da ‘coisa’ sobre o sujeito. Se estivermos certos (espero que não!), em tais circunstâncias, haverá muitas mãos sapecadas – para só então vir o aprendizado a respeito das consequências do fogo! A mão antecede o ‘cambito’ na infrutífera   pretensão   de se abarcar   o mundo. O nascimento da palavra, é,   portanto, posterior a ‘descoberta do fogo’. Entre o misto do fogo que ‘destrói e encanta’, nasce   necessidade premente de se ‘adorar’ o fogo – neste interim acontece o parto do sujeito que, é irmão gêmeo dos seus fantasmas!   Bom dia a todos!    

Eh meu primo sabugo, o 'diabo' do mundo virtual também somos nós!

Por Gilvaldo Quinzeiro O homem, não obstante,   o primor de quaisquer que sejam as épocas,   repete os passos com a bunda no chão dos seus ancestrais, até atingir a condição de ser considerado “homem” pelos seus contemporâneos. Ora, o ‘diabo’ é saber o que para cada época significa exatamente   ser homem? Eh, meu primo sabugo,   o ‘diabo’ é a   matéria-prima   para tantas coisas, entre estas, talvez, daqueles que também   se autodenominam homem na época de hoje! Pois bem, se no Egito Antigo, uma pirâmide correspondia a entrada   para uma realidade Outra;   aquela pela qual o homem deveria lutar para dela participar   e que mais tarde, Platão chamaria do mundo das ideias – hoje, estamos às voltas com este   fascinante mundo. Só que numa outra versão, qual seja, a dos chips, dos celulares, dos   tablets , computadores e outros que tais. Em outras palavras, ao mundo virtual! Sim, meu primo sabugo, enfim, chegamos ao maravilhoso mundo virtual! Mas aqui   o ‘dia