Postagens

Mostrando postagens de maio, 2015

O imagético e a contemporaneidade

Por Gilvaldo Quinzeiro   Que imagem rasga mais do que aquela em que nos percebemos em “carne crua”? Os moradores da cidade de Castelo do Piauí sentiram na própria pele o que “o dedo” humano pode provocar, quando colocado em nossas feridas. Estou me referindo ao caso das quatro adolescentes, que foram brutalmente violentadas sexualmente na semana passada por, salvo engano, três adolescentes e um adulto. Um crime que revoltou a população local! Pois bem, que imagem é mais chocante: a dos corpos em “carne viva” – matéria-prima das nossas dores – ou das imagens de pessoas “sãs”, mas se comportando como urubu ao se estraçalharem   por uma foto daquele corpo, que também poderia ser o seu?   Aqui em Caxias, no acidente automobilístico da última sexta-feira (29), que vitimou duas estudantes universitárias – quem não se “rasgou” para tirar       ou compartilhar a foto   do sangue que antes poderia ainda estar nas suas veias?     O tema das imagens tem sido falado por mim

O poder é bom, mas... Têm outros quinhentos

Por Gilvaldo Quinzeiro O poder é bom, mas se exaure com o tempo. O dinheiro é a alavanca para quase tudo, mas se desvaloriza conforme os novos interesses.   A fama abre as mais diferentes portas, mas, não aquelas mais   acolhedoras...   Enfim não há ostentação que não se ofusque aos primeiros raios do sol – estes sim merecem mais do que aplausos, pois, sem qualquer alarde impõe respeito! O anunciado acima abre uma reflexão acerca da busca do poder a qualquer custo. Ao longo desse texto, vamos chamar atenção para o perigoso mundo da fama e da ostentação – a febre do momento! Pois bem, nestes últimos tempos temos assistido uma avalanche de noticias sobre escândalos na nossa política, envolvendo os chamados ‘medalhões’. Cito como   exemplo,   José Dirceu e José Genuíno, dois ‘josés’   membros do até então mais ético dos partidos políticos – o PT – ambos inspiradores para toda a militância jovem. O que terá acontecido com estes dois grandes expoentes da nossa polít

A violência e os 'novos deuses' ou o parto dos dinossauros?

Por Gilvaldo Quinzeiro Nestes dias, eu tenho tido   enjoo   por    ver tantas imagens da violência crua, que toma conta das nossas ruas. Meninos que mal escrevem o ó, decidem como se fossem ‘deuses’ acerca de quem vai perder a vida amanhã! Ou seja,   as nossas vidas não passam de meras   ‘carnes frescas’ nas mãos de assassinos ainda ‘meninos’   – os neodeuses? Ora, somente os deuses têm a prerrogativa   de tirar a vida friamente de quem quer que seja – não   é o mesmo que acontece   no que diz respeito ao poder dos bandidos, sobretudo quando estes estão com uma arma em punho? O que temos feito no dia a dia, senão se   ajoelhar implorando a um bandido pela proteção da nossa vida?   O mundo está grávido de uma coisa, que se agiganta   visceralmente   -   disso não há dúvida – é   só auscultar   as nossas dores e contrações   para constatar que entramos em trabalho de parto. A questão é quando a cloaca se abrir – que ‘bicho’ enfim nascerá? A peleja é   intestinal   ent

SÉRIE SOBRE O AMOR

Imagem
A física quântica Por Gilvaldo Quinzeiro Cuidado: um ‘corpo’ pode não estar inteiramente sozinho, e como peixe que morre pela boca, o seu poderá ser pescado em águas aparentemente paradas! Às vezes quem   se agiganta para nos   amar, odiamos,   e,   a quem deveríamos só odiar, amamos em carne viva! Lembre-se:   o cérebro é dividido, o coração, idem.   A terra também, e olhe lá – o universo inteiro! Se fôssemos olhar o mundo á luz da física quântica, não perceberíamos   a escuridão, senão aquela que nos cega para dentro de nós. Do ponto de vista da física quântica, não há vazio. Logo, ninguém  é tampa de  ninguém! Oba! Acalme-se, pois, ninguém ama para tornar-se ‘dono’ do outro. E o máximo que se consegue neste intuito é: alimentar as ‘esporas’ do  cavalo, que nos apressamos a ser!

SÉRIE SOBRE O AMOR

Imagem
A saudade Por Gilvaldo Quinzeiro   "Velho guitarrista cego" (Pablo Picasso) Ah que saudade! Saudade   das noites de luar, das praças e dos jardins! Quem nunca cantarolou uma velha canção de amor de olhos fixos na porta da rua à espera do seu grande amor? Saudades dos amores ligeiros, como os da infância!... Saudades dos fortes cheiros de perfume   para disfarçar dos     outros odores! Ah que saudade! Como um   violeiro cego, os velhos   amores seguem suas canções e estradas de chão... Alguém tem pena de mim?

SÉRIE SOBRE O AMOR

Imagem
O fantasmagórico Por Gilvaldo Quinzeiro "Madalena Adormecida" (Atermisia Gentileschi) Quem desconhece ‘o fantasmagórico’ enquanto     ato e   traje do amor, ainda não se despiu verdadeiramente! ‘O fantasmagórico’ é a prova de que sempre haverá uma terceira pessoa por trás da porta a desenhar os corpos dos amantes, que,   na cena fatal acreditam estar em si mesmos! Afinal quem por mim goza? Ah! o gozo!! O gozo não só   exige um   rigoroso pacto com o desconhecido, como   a nossa irrestrita entrega!   Ui!

SÉRIE SOBRE O AMOR

Imagem
Aprendendo a suportar o outro Por Gilvaldo Quinzeiro "The Kiss" ( Constanti Brancusi) Por mais que nos amemos, eu nunca serei tu, e tu nunca serás eu! O amor por mais sólido que seja, estará sujeito aos respingos das chuvas de verão, tal como o    barro pregado   na   parede! De sorte que, não basta,   apenas amar, é preciso aprender e com urgência   a suportar o outro! Portanto, somente o meu amor por mim haverá de suprir a perda do outro, quando este enfim   se der conta de que do meu amor já não mais   se alimenta!...