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Mostrando postagens de outubro, 2014

A relatividade. Não para o meu umbigo.

Por Gilvaldo Quinzeiro   Sou Eu que tenho que ouvir a minha prece por mim mesmo por mais inaudível que seja o meu grito. Espantoso isso, não?   Como isso muda a antropologia de todas as coisas! De fato, da natureza da qual somos feito, o universo escuta em si mesmo como   ecos vindos do lado de fora. Escutar a prece que faço por mim mesmo é colocar o universo todo a meu favor. Tudo é mistério. Mas permanecer surdo a si mesmo é não descobrir nenhum caminho. A propósito, ouvindo ontem num canal de TV, o frei Leonardo Boff falando sobre Deus, fiquei espantado quando ele se referiu a um teólogo do século III (que agora não me recordo o nome) para o qual, cita Boff “ Deus é um mistério para si mesmo”! Como assim Deus é um mistério para si mesmo? Sim. Esta é prova de que o universo inteiro está em expansão. E o umbigo de quem quer que seja não tem um ponto fixo no firmamento. Ora, podemos duvidar de tudo, mas pelo amor de Deus, não faça nada em dúvida!   Isso sig

Seja nordestino: vem ai o I Encontro de Contadores de História

Por Gilvaldo Quinzeiro   Acontecerá nesta sexta-feira, dia 31, a partir das 16 horas, no auditório da Academia Caxiense   de Letras, o I Salão de Contadores de História. O evento será recheado de música, prosa e poesia cabocla. A abertura da programação será feita com a música Berradêro (um aboio) de Chico César,   interpretada pelo cantor Carloman Rocha. Em seguida se apresentará o percursionista e vocalista (forrozeiro), Cassimiro que cantará a Apologia ao Jumento, uma composição   de Luiz Gonzaga. O poeta Carvalho Junior recitará em seguida um dos seus poemas bucólicos, dando inicio a parte falada da programação. Gilvaldo Quinzeiro, organizador do evento também subirá ao palco para recitar uma de suas prosas caboclas. Ao todo serão mais de 10   jovens contadores de história. Entre estes, aluno do CE. Gonçalves Dias, Thales   Ribeiro Gonçalves e do Instituto Federal do Maranhão (IFMA). Nada mais oportuno de se   valorizar as nossas raízes nordestinas,   do que neste

O parto das eileições: o separatismo?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Separatismo. O Brasil volta de novo a sentar-se em cima da sua bunda ferida ao dá ouvidos as vozes separatistas. Mas se separar de quem? Se separar por quê?   Como um resultado de uma eleição pode abrir tantas feridas assim? Eis a questão! O que já era sintoma de gravidez, agora parece anunciar os sinais de parto. Contrariados com o resultado das eleições presidenciais, muitos põem as mãos no nosso útero político forçando o nascimento de um “feto qualquer” –   sem pé e sem cabeça! Há quem fale em construção de   um muro separando um Brasil do outro. O certo é que estamos presenciando, por um lado, a “seca” de maturidade política, e por outro, uma enchente de intolerância.   E se o candidato derrotado tivesse sido vitorioso, que tipo de parto a esta altura já teria acontecido? O Brasil que hoje reivindica o separatismo não teria saído das urnas   mais fortalecido? E se de fato o discurso separatista ganhar força, de que lado   ficarão “o

Uma senhora vitória para uma valente mulher!

Por Gilvaldo Quinzeiro     Ao seio deste país, nada como uma mulher   forte e valente no ringue   da nossa política para as próximas travessias que se farão sobre “cacos de vidros”. Esta mulher é Dilma Rousseff, reeleita ontem para à Presidência do Brasil – um tapa na cara de muitos! Como era de se esperar, a votação mostrou o Brasil dividido. Mas, no final prevaleceu à força da região que, não obstante   todas as dificuldades, sempre se manteve de pé – o Nordeste!   Uma Senhora votação para calar quem achava que fôssemos perder a voz diante de tanto preconceito e intimidação para com os nordestinos. O nordestino é vaqueiro do seu próprio destino, nem a seca ou outras intempéries   lhe faz murchar! Somos filhos do sol e da terra! Viva a vitória de democracia!   Viva quem está do lado do povo! Viva o Brasil! De pé devemos permanecer para enfrentar os desafios que virão. Entre estes, o de administrar o antagonismo político. O Brasil quer sim, mudanças, mas estas de

As cachaças da natureza humana

Por Gilvaldo Quinzeiro O amor e o ódio são filhos da mesma cachaça: a natureza humana! Mas somente o ódio nos atrai como abelha  pelo açúcar. Eis porque de amor somos tão azedos, ainda que sóbrios. A natureza humana é o alambique onde a carne é anterior à fome de todas as palavras. E as palavras quando ditas são plantas com seus frutos já maduros. Portanto, “o pão nosso de cada dia” aqui, alimenta-se dos nossos vazios. Vazios que são apenas modo de dizer, pois, de tudo já nos empanzina! O amor em certas circunstâncias pode estar insosso de si mesmo, e o sal que lhe falta a muito tempo de ódio se conserva. Eis o motivo pelo qual o amor pode ser tão devastador, quanto o seu elemento oponente: o ódio! Portanto, saber que de uma hora para outra, tudo em nós se transforma é navegar de olhos abertos para dentro do rio que nos afunda! É aqui, neste rio de aguas sempre escuras, em que ora somos pescador, ora somos a própria isca – e o peixe -   o jantar de quem a noite, nos co

O Brasil de depois de amanhã!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Seja qual for o resultado das eleições, o Brasil caminhará cambaleante   sobre cacos de vidros. Manter-se de pé até o final da linha será um esfoliante exercício. Porém, mais do que isso, ou se faz as mudanças que   até agora não   foram feitas por ambos os governos (do PSDB e do PT) ou o país terá que fazer todo o percurso de cócoras. Por outro lado, as estruturas corruptas das instituições partidários e governamentais precisarão sofrer um choque de gestão. Isso significa dizer,   entre outras coisas, que a sociedade tem que chamar para si a responsabilidade. Isto é, a sociedade precisa ter uma participação ativa em todos os processos políticos, especialmente os jovens – o futuro já presente. Somente com o cidadão fazendo valer   o exercício de cidadania, os maus políticos se afastarão da cena. A corrupção de fato, é o principal câncer do Brasil! Corrupção esta   que de alguma forma, faz parte do dia a dia do “jeitinho brasileiro”. A mudança   no

Do lixo da nossa política à mudança que nos alimenta!

Por Gilvaldo Quinzeiro   O lixo. Qualquer arqueólogo, antropólogo, sociólogo,   químico, além de outro profissional   poderá fazer uso do estudo do lixo para diversas finalidades, inclusive para medir o padrão de consumo, hábitos e outras coisas que tais. Neste texto, eu vou vasculhar o lixo, o doméstico, principalmente, para levantar uma discussão política, aquela que envolverá a escolha do nosso presidente no domingo, dia 26. Hoje pela manhã, em um bate papo   com um amigo, ele me falou de uma conversa que   ouvira de um gari com outro, enquanto varriam a rua. Dizia o gari pro outro, “antigamente quando eu colhia o lixo da casa dos pobres, só vinha barro ou folha dos quintais, hoje, eu levo sacolas e mais sacolas com resto de comida, fraldas descartáveis e até copos de iogurtes”. Bem, o teor desta conversa não   tenho duvida, é muito revelador. Ou seja, o lixo poderá alimentar uma discussão outra – a de que a população pobre tem comido mais e melhor, além de ter aces

O que há na "coisa" que não seja do nosso útero?

Por   Gilvaldo Quinzeiro   Coisa há na “coisa” que é inteiramente nossa. A boca da cabaça, por exemplo, não é inteiramente dela. Não há fantasma que não se alimente do nosso medo. Medo há que nos esmaga   usando a nossa mão. A realidade, não existiria sem que não a contemplássemos como sendo a nossa própria face. A nossa face há em tudo que nos assombra. Na loucura há algum senso. Do contrário, não faríamos esforço algum para   sairmos juntando o que em nós não é remendo! Saber tecer a própria teia, eis o que nos tornará a aranha do nosso destino, porém, nada disso é tão glorioso   que nos impeça do vexame de sermos afogados na manhã seguinte   na gota de um orvalho.      

O 'homem vitruviano" de hoje em carne viva!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Hoje pela manhã resolvi fazer um passeio bem diferente. Optei em visitar virtualmente as obras, de um dos meus mestres, Leonardo da Vinci.   “A Virgem do Rochedo”. “Monalisa”. “Dama com Arminho”, enfim... Porém, não tive como seguir em frente, quando me deparei com o “Homem Vitruviano” com seus braços abertos; suas simbologias, suas proporções matemáticas, mas, sobretudo,   sua face filosófica – fiquei horas plantado “pescando” esta obra! Meu Deus!   Que   Homem, este,   Leonardo da Vinci! Que falta faz um desse em nosso tempo!     Falando em homem, me pus a pensar nos dias de hoje, e nas nossas limitações e imperfeições. De repente, me vi dentro da   igreja em tempo de crise: por quem devemos rezar, se já não temos certeza de quem se ajoelha por nós? E Deus com que face nos olha? Por qual caminho segue os “sem- certeza” de nada? A propósito, nesta semana, o mundo todo acompanhou com muita expectativa o Sínodo dos Bispos, reunião dos cardais co

Que Deus lhe projeta meu amigo marciano!

Por Gilvaldo Quinzeiro   Os marcianos que se preparem! Neste domingo, dia 19 de outubro, o planeta vermelho receberá a visita do cometa C/2013 A1 que por lá   passará de raspão! Descoberto em janeiro de 2013, o C/2013, passará a uma perigosa   distancia de apenas 130 mil quilômetros da superfície de Marte – quase uma “bisca” pelos padrões astronômicos.   O fenômeno está sendo festejado pela comunidade cientifica daqui da Terra como uma oportunidade impa para, primeiro,   conhecer este ilustre visitante vindo das bandas da Nuvem de Oort que pela primeira vez dará o ar da sua graça no nosso sistema solar. Segundo, para saber o que de fato ocorrerá com o nosso vizinho!   Só de imaginar à cena vista dos céus marcianos dá um certo frio na barriga! E quando um “trem” desses resolver fazer uma visita de última hora na Terra? Que seja bem-vindo? Bem, a expectativa da comunidade astronômica é muito grande, e todos os apetrechos possíveis já estão voltados para Marte. Que C/2013

O mal-estar na civilização: o que fazer com tantos refugiados?

Por Gilvaldo Quinzeiro   Assim no Nordeste como no Sul. A seca não escolhe cara e nem sotaque. O efeito das transformações climáticas põe todos os homens de cócoras, como sapo   a mendigar uma gota d’água. Os paulistas estão agora a sentir na pele, o que para os nordestinos já são suas eternas   rugas: a cara feia aqui é do sol!   No mundo todo aumenta o número de refugiados provocado pelos efeitos das mudanças climáticas. Estima-se   em     milhões, o número   de pessoas na condição de refugiados por desastres naturais. Isso sem falarmos nos refugiados por conta das guerras. Vamos precisar de muita solidariedade para abrigar e proteger, o número cada vez maior de vítimas ambientais. Isso nos exigirá uma mudança radical não só nossos hábitos alimentares, mas, sobretudo, da nossa atitude em relação ao meio ambiente, bem como aos nossos semelhantes – coisa que infelizmente não estamos constatando hoje,   pois, o que está ressurgindo em todo mundo é uma onda de intolerância.

O ser professor

Por Gilvaldo Quinzeiro   Se a sala de aula não é o “bicho”, eu acredito por experiência própria que sim, certamente é um lugar Outro – aquele em que os fantasmas estão sempre a lhe esperar para o jantar. De sorte que, quem nele adentra, não consegue mais dele sair, a não ser, não condição de seus vômitos! O anunciado acima é para levantar uma   reflexão   acerca   do “ser professor”, e sua difícil missão de retornar a um mundo cavernoso,   o qual,   a humanidade acredita já ter superado. A sala de aula   é um dos maiores achados antropológicos – nada aqui se passa como em outros mundos! Portanto, o professor é uma espécie de Prometeu tentando “roubar o fogo sagrado dos deuses” para dá aos homens! E o resultado desta história, todos nós sabemos no que vai dar, isto é, Prometeu foi acorrentado com as vísceras exposta para o deleite dos abutres por toda a eternidade! Digo isso para chamar atenção do abandono do professor por parte da sociedade, e não apenas   dos seus   g

A garrafa, a ideia e a tampa

Por Gilvaldo Quinzeiro       De repente,   tudo é tampa ou se tampa com a mesma mão que não está mais ao alcance das coisas.     E no final,   tudo se transforma em “refrigerantes”!   Que “bolo” este,   dos nossos   dias tão açucarado   que nos empanzina só com o cheiro dos seus temperos? Tudo nos parece tão tampado de repente. Mas se engana quem pensar assim, pois,   no fundo, fundo das coisas,   tudo é tão “destampado” que nos parece não caber mais ideia nenhuma.   È pecado pensar num mundo cuja garrafa não contenha   nenhum refrigerante? Bem, nem tudo é uma má noticia neste tempo de suas ideias   de refrigerantes -   a “camisinha”, que enfim, rompeu a boca da garrafa, a encontrou já sem   tampa! Portanto, já não somos   tão “virgens” assim! Oxente! Virgem?    Não é Maria?      

A leitura dos cheiros e do mundo

Por Gilvaldo Quinzeiro   A leitura do mundo está para o homem contemporâneo, assim como a decifração do cheiro, está para o caçador. Para ambos a sua sobrevivência depende inteiramente dessa capacidade.   Isso   explicaria a “aliança” entre o caçador e o cão. Neste ponto, o caçador supera o homem contemporâneo, pois,   as amizades, as parcerias e as alianças estão ficando tão raras, quanto os cheiros das caças nos dias de hoje.   Em outras palavras, falta ao homem contemporâneo, não a leitura do mundo, embora,   esta nos pareça fragmentada demais,   mas a compreensão de que neste mundo é a luta pela sobrevivência que nos tornam caçador de nós mesmos – o cão nosso de cada dia é o que já nos rasga! Por outro lado, o sorriso é a mais expressiva de todas as linguagens – a síntese do dever comprido em relação, não só a compreensão de todos os cheiros e leitura do mundo, mas o sinal de que estamos abertos ao encontro do outro, seja este   Outro, um   caçador ou um cão. De modo que

Uma refelxão sobre o fim dos dias da criança

Por Gilvaldo Quinzeiro   A criança. Há milhares de anos atrás, um casal fugia para o Egito com toda   a pressa possível   para garantir a proteção do seu único filho, das ameaças de uma certa “ordem vigente”. Em jogo,   toda uma infância que desencadearia com toda   uma história. A criança, enfim,   conseguiu chegar     lá no Egito, assim, como seus pais, sã e salva. E quanto, a infância de hoje, quem salvará dos interesses sutis, mas reais, em acabá-la? A infância ainda não acabou? Eis a reflexão do nosso texto de hoje. Que dia é hoje? Dia 12 de outubro,   dia da criança. E os outros dias do ano são de quem? De quem disse que só um dia do ano, é o “dia das crianças”! Que absurdo, não? O dia das crianças é todos os dias do ano!   Mas, como?   E os presentes? Os gastos? O presente, verdadeiro se faz com   a Presença – dos pais, principalmente! O resto é pacote, etiqueta, fita, cores, sons, pirulitos   e outros que tais, entendeu,   meu filho? Ora, que discurso retrógado

O espelho

Por Gilvaldo Quinzeiro   O espelho. De ontem para hoje, este tema me foi recorrente. Primeiro, em sala de aula, quando fui   questionado por meus alunos sobre assuntos que me remeteram a questão especular. Segundo, um grato e bem humorado comentário postado no meu perfil, pelo poeta Renato Meneses, o qual, também se referia ao espelho, em alusão a um questionamento de uma criança, a seu avô   a respeito do tamanho do   nariz do candidato a Presidente, Aécio Neves.   Ontem, eu   até tentei escrever sobre o tema – ver o texto abaixo sobre “Cupido”. Hoje, pela manhã, me senti tentado a retomar ao assunto. Pois bem, ontem mesmo, eu conversava com uma jovem a respeito, de um aspecto dela que há dias, vinha me chamando atenção – uma imagem outra – a de uma criança. Perguntei-a se tinha consciência de uma suposta   criança que ela deixava escapar?   - Não! Respondeu-me surpresa! Depois, no aprofundar desta mesma conversa, ela me revelou   que desde criança conversa com o espelho

Cupido

Por Gilvaldo Quinzeiro   Antes da imagem, todo espelho é sonoro, posto que,   sem narciso, todo espelho é cego. O que abunda? – Os ouvidos! A gestação de narciso, portanto, não poderia ser outra, senão, a   auditiva. Já   o nascimento deste, é anunciado pelo rasgo da incompletude: no Outro há aquilo que lhe esculpe! A falta do Outro, portanto, é silencio que se grita! A “gravidez” dos ouvidos, é a prova de que todo amor é cego? – Não de mim. Mas do Outro, completamente!     Amar, portanto, é se atirar em direção ao espelho: o estilhaçar-se é toda visão!    

O casamento e seus nós

Por Gilvaldo Quinzeiro   O casar-se consigo mesmo! Parece estranho isso, não?   Mas o corriqueiro é nos separarmos de nós mesmos, quando nos casamos com o outro! Estamos casados ou cansados? E quanto à longa   espera pelo outro que nunca veio, foi o nosso melhor casamento? Ah como é lindo o amor! Bem, esta semana uma britânica depois de ter pedido em casamento há um ano a sua própria mão, e com véu e grinalda, aliança, beijos, música de fundo, convidados, ou seja, tudo conforme   manda a tradição – casou-se consigo mesma! Trata-se de Grace Gelder, fotógrafa,   31 anos. Mas, e quanto ao beijo? – Gelder beijou-se no espelho! Viva os noivos ou a noiva que se casou consigo? Vale lembrar, entretanto, que a realização deste casamento não foi oficial, mas apenas simbólico. Mas já pensou se esta moda pega? Quantos   solteirões ou solteironas de si mesmos, resolverão enfim, se encontrar? Sem entrar   no mérito da questão, nem nos motivos pelos quais Grace Gelder se