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Mostrando postagens de março, 2014

O Oriente: a mão e o escorpião!

Por Gilvaldo Quinzeiro     Do oriente nasce o sol, mas é na lua crescente que os seus desertos clareiam com as enchentes de escorpiões. Abraão, filho de Ur, foi um dos poucos a pôr a mão nas feridas dos desertos. De lá para cá, muitos se proclamaram reis, mas os desertos em si continuam vagando. E ninguém os dominam! O segredo dos desertos são seus “tapetes voadores”.   Mas espremer Aladim no tempo de hoje, é tarefa para mil gênios! Jesus Cristo durante 40 dias ouviu o silencio do deserto. Na sua travessia enfrentou todo os tipos de escorpiões, e sua Mão ainda hoje nos acena. Porém, a questão é a nossa “área de conforto” – quem ousaria enfrentar seus próprios demônios, quando é mais fácil erguer em nome de Cristo luxuosas igrejas?   A mão e o escorpião. O Ocidente nasceu do sangue dos que morreram acreditando ter vencido os desertos por todos nós! Por isso é “morrente” os que só se ajoelham, mas não plantam atitude alguma! E o sol dos egípcios nascerá amanh

O esquartejamento da civilização, e a elegância dos urubus!

Por Gilvaldo Quinzeiro O esquartejamento da civilização. O século XXI, sobretudo para a “civilização brasileira”, no que tange a uma resposta eficaz ao combate a violência, ainda não chegou. E talvez nunca chegará. O caso da operação policial no Morro da Congonha, no Rio de Janeiro que resultou na morte de Claudia Silva Ferreira, de 38 anos, depois que seu corpo foi arrastado naquilo que era para ser apenas um socorro – expôs o cérebro ainda pequeno de alguns homens da nossa segurança pública. Ora, lá no Rio de Janeiro pela sua visibilidade enquanto cidade sede dos grandes eventos, está todo o nosso melhor aparato e elite da nossa segurança pública! O bicho é quando saímos do centro do país para a sua periferia. O Nordeste por exemplo.   Em recente pesquisa, das 50 cidades mais violentas do mundo, 16 estão no Brasil, e destas, 9 estão no Nordeste. Ou seja, é aqui onde os bandidos como nunca estão fazendo a farra!   Não há um dia em que não aconteçam explosões de caixas e

Na pele do universo quem não se sente esfolado?

Por Gilvaldo Quinzeiro O homem neste vasto universo esfolado, constitui-se num eco apenas, numa espécie de vago lampejo. Isso não quer dizer, entretanto, que estamos sozinhos, a questão é que os outros ecos não se fazem por nós ouvidos.   Nos acostumamos pois, a ouvir apenas os nossos próprios gritos. De sorte que o universo, aos nossos olhos é como a nossa boca – abocanha apenas o que lhe servirá de pele! E assim, somos como aqueles “pobres pintos pelados” que veem pena em tudo – em tudo que lhes falta! Que pena ou que pele nos falta agora? Dito com outras palavras, o homem no tempo em que este consegue ser “homem” - antropomorfiza a realidade – a mesma realidade que lhe esfola a pele. Do contrário, como mensurar a pele que ainda lhe resta? Pois é...   que falta me faz agora uma palavra para estampa-la   bem na cara esfolada daquela coisa! Ufa!

A morte e a vassoura: quem precisa?

Por Gilvaldo Quinzeiro Varrer (não morrer) todos os dias os cantos da gente, sobretudo daquilo que nos entala é decidir pelo encanto, não pela morte. Mas a morte vem, dela não há vassoura que nos limpe (ou que nos livre?). Morrer quem não virá? Poderíamos já ter varrido de nós o medo! Mas o medo a caminho da morte é o mais fiel dos amigos. E na vida quem cria os inimigos? O tempo nos enruga. Mas a juventude não nos vale tanto sem sabermos cavalgar em seus cavalos! Às vezes, montamos nas asas do quanto mais burro, melhor! ... Burro, em tempo de éguas n’água! A vassoura quando no canto é como a morte – dela só nos damos conta, quando de repente nos chega uma visita. Visita? A dos amigos – que nada! Nem a da vassoura! E a da morte? Meu Deus! Eu tinha esquecido!

Selfie! Que diabo é isso?

Por Gilvaldo Quinzeiro As imagens das nossas imagens, matas de cipós habitadas apenas pelos nossos gritos. Alguns de socorros; outros já nem são mais  os nossos! O que dizer a nós mesmos, quando por nossas imagens “somos viciados”?   O que dizer da nossa “seca interior”, quando as enchentes são os olhos do outro? Ah que fome esta, a dos meus olhos cegos de mim mesmo! Neste texto volto a falar das imagens. Das imagens que nos envergam.   Em outras palavras, estou falando dos tais selfies , a febre do momento!   Chama-se de Selfie , o autorretrato, isto é, a foto de uma pessoa tirada por ela mesma e compartilha nas redes sociais. Tudo bacana! Porém, a coisa não é tão simples, quanto parece. As autoridades da área de saúde, sobretudo, a psiquiátrica tem registrado um número de casos não só de pessoas viciadas, em selfie como com outros tipos de distúrbios. Todos provocados pelo barato de se postar a própria foto! Eis o seguinte caso . Danny Bowman , um jovem br

A coisa, a mão, o cambito e a palavra: quem pariu quem, quando a dor era seus sinais?

Por Gilvaldo Quinzeiro Neste breve ensaio, vamos ousar falar do parto da palavra. É claro que tal esforço não poderá ser feito, sem que não se evite a dor. Aliás, a dor é a melhor de todas as parteiras. Sem ela não se nasceria filho algum. Não quero com isto, contudo, reivindicar quaisquer paternidades que sejam. Mas ao menos, quando possível, intelectualmente me masturbar. Por fim, segue abaixo, o parto das palavras! Na suposta relação    Palavra X Coisa, a mão posta sobre esta é o verbo, logo, eclipsa toda a palavra. Ocorre entretanto, que a mão em certo sentido, pode ocupar o lugar da coisa, e a coisa em si, já não estará mais ao alcance da palavra. A palavra, contudo, nos conforta, porém, ter o domínio sobre a palavra, não significa em hipótese alguma, ter se apoderado da coisa. Já a coisa, esta sim é o germe de quaisquer palavras. Por isso, não há como livrar as palavras do universo da magia – o lar onde a coisa reina! Portanto, sendo a palavra, filha da coisa

A história. Suas rodas; as cobras e as suas varas: quem cutuca quem sem risco de ser picado?

Gilvaldo Quinzeiro A história e suas ferrugens. Quando as suas rodas se tornam quadradas, dela, o homem se torna seu cavalo. No início dos anos 90, quando as rodas da história atropelavam o mundo da bipolaridade (EUA X URSS), alguns como o historiador nipo-americano Francis Fukuyama, se apressaram e colocaram “o carro na frente dos bois”. E num ensaio publicado na revista National Interest, Fukuyama dava como certo “o fim da história”. Naquele contexto, se dizia, “a esquerda acabou”!   Hoje, 50 anos depois da Marcha da Família com Deus e pela Liberdade, os que se assumem como sendo de direita, saem às ruas para, entre outras coisas, se levantar contra aquilo que estão chamando da “ameaça comunista”. Ameaça comunista? Meu Deus!! E a pergunta que faço agora é: se a “história acabou”, pelo menos aquela anterior aos anos 90, quem está a falar em nome de quem e contra quem aponta a sua lança? Na verdade, meus caros, a história é como uma serpente, isto é, quanto mais

Por quais caminhos o amor nos encontra?

  Por Gilvaldo Quinzeiro O amor tem face? E a sua face contrária é a de quem? Quem ama se odeia quando a si mesmo lhe falta o amor próprio? Por quais caminhos o amor é capaz de nos levar, quando sabemos que os do ódio nos afundam de poço adentro? Hoje em sala de aula, numa tarde quente, diga-se de passagem, eu fui solicitado por uma aluna a falar a respeito do amor.   Não sei a princípio a que amor se referia ela, nem se por amor já sofreu seu coração... Só sei entretanto, que me afundei num esforço gigantesco para atender a sua solicitação. E naquele momento fui menestrel! Um trovador mais tocado do que cantor! ... É claro que aqui neste texto, estou muito mais confortável, mas não menos embaraçado... Quando a gente ama (pensei enquanto a fala ainda me era muda), não somos inteiros. Somos a metade. A outra parte é a que se arrisca, enquanto a que permanece em nós é a que acreditamos ser o que de nós vai sobreviver, quando enfim, o amor acabar. “E o amor acaba”

Reflexão vespertina

Por Gilvaldo Quinzeiro A menos que eu não esteja em mim, “o lá fora” me faz todo sentido.   Atravessar as tempestades sem erguer suas próprias fortalezas, é se dá conta mais tarde que a loucura nos foi mais convincente. Falar que uma geração deixou de sonhar, pode até ser um despertar...   O problema é quando uma dada geração desistiu do próprio olhar. Aí o que esta (geração) segura nas mãos sem conseguir “ver”, podem ser as próprias tripas!