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Mostrando postagens de 2011

Os anos e seus estômagos: o nosso foi pimenta no dos outros?

Gilvaldo Quinzeiro O ano de 2011 despede-se com uma “cirurgia de redução de estômago” no mundo, porém, isso não significa que a fome tenha sido reduzida, pelo contrário, agora é que a fome com tais medidas, ganha um”estômago”, e que estômago! Mas, será que 2011 foi tão ruim assim? Pois bem, falando em cirurgia qual a que elevou o Brasil para a sexta colocação entre os países mais ricos do mundo? Ganhamos ou perdemos o estômago? Cirurgia à parte, aqui a nossa “digestão” sempre teve que se virá sem o fígado -, é que quando este atacado é sinal de que ainda “podemos”!... Bem ou mal o ano de 2011, está com suas horas contadas. O problema é o que ainda não se conta sobre 2012! Este sim será o ano da “virada” ou já saímos deste que termina de cabeça pra baixo? Eis a questão: rezamos pelo fim imediato de 2011 ou para que este nunca termine? O certo é que nunca precisamos sinceramente nos desejar “Feliz Ano Novo”! E pra ser mais sincero: “Feliz 2012!”

Fino o tempo que dura até amanhã?

Gilvaldo Quinzeiro Que tempo ainda nos resta para sermos melhor? A humanidade não perdeu tempo demais apenas para ter poder? No que este tempo desperdiçado nos tornou? Todas as respostas agora estão por um fio: o nosso tempo acabou? Com o tempo, “o tampo” de quem se quebrou no desespero de não mais a este tempo pertencer – ilusão de quem pensa que  só com a velocidade se é vencedor! Afinal, quem, não obstante a pressa,  não está parado naquilo que ao tempo desperdiça? Todo tempo é passagem: aos que ficam ganham o quê em relação aos que vão? Melhor seria se ao tempo todo, qualquer que seja nos dedicássemos a semeadura – ai sim, estaríamos “fincando” para o amanhã, não a cabeça, mas os pés no chão. Aliás, por falar em cabeça, do que esta nos serve agora, senão pra chocalho? Com o tempo as apostas, pois as profecias já nos são  as respostas?

As lutas por suas cabeças

Gilvaldo Quinzeiro Tempo de espantalhos, e nós seus sabugos: quem assim não se ver, está olhando pra qual espelho? Ora, quanta gente seca fazendo promessas; quantas promessas só de enchentes; quantas enchentes em que só nada gente!... Estes dias uma jovem me perguntou: “como encontrar coração cru de gente pra comer”? Esta pergunta a queima roupa, fez de toda a estrutura que eu acreditava ter, um “espantalho”, e quanto a resposta a esta pergunta, no que se refere ao esforço para compreendê-la, ainda hoje me faz sentir um “sabugo”!... Pois é... Não é de trás que nos vem um bicho, mas, de dentro de nós mesmos. Lutar para continuarmos sendo “gente”, isto é, para o “bicho” não sermos: “esta é a luta”! Quanto as outras, por quê?

Pra não dizer das cordas, apenas que elas esticam...

Gilvaldo Quinzeiro No fim somos todos “uma corda” cuja consciência é saber o que se passa de uma extremidade a outra, todavia, isso implica um exercício diário para compreender e desfazer cada nó – uma perda de tempo, diria alguns, haja vista que uma corda tende a ser apenas esticada, ou seja, se afundar nos seus tênues fios pra quê? Eis ai o “nó” da questão existencial, a saber, como existir sem se debruçar sobre a existência? Não seria esta a diferença entre “a corda e acordar”? Como “corda existencial” faz-nos muita diferença em acordar pra corda que somos ao invés de simplesmente a corda sermos!

As faces e os joelhos dobrados: para o bem do espelho de cada um

Gilvaldo Quinzeiro A cada fase da nossa vida, um espelho. A cada espelho, uma nova oportunidade para está consigo, uma vez que, no próximo, uma outra face a se contemplar, enquanto que a que encarávamos anteriormente já se dissipou sem que, contudo, tenhamos nos dados conta ou tempo para nos refazer!... Uma coisa, porém, não foi dita: a cada encontro com o nosso próprio espelho, devemos estar sempre de joelhos, seja para agradecer pelas rugas já postas na cara ( sinal de tantos espelhos atravessados) ou pelas que nem de perto ainda se ver(sinal de que se precisa no mínimo de muita coragem para se pôr de pé diante das faces que poderão nos assombrar); seja, para pedir perdão pelos espelhos que se foram sem face alguma!... Por fim, um espelho bonito não é necessariamente aquele da face que nos atrai, mas, aquele que nos faz sentir bem, quando da face contemplada!

O pois é do Natal não é brinquedo

Gilvaldo Quinzeiro O ser do ser pra ser, tem que se ver em quantos espelhos? Ou no espelho em que nada se ver, ainda assim há um ser, que aos olhos dos outros nada mais falta pra ser? Nestes dias de tantos “presentes”, hoje e amanhã especialmente, qual o “ser” que nos transborda, senão aquele que os presentes ocultam? O “pois é” do Natal não está no anel que nos farta, mas nas mãos que, mesmo sem anéis nos dedos agradecem o sol a brilhar todos os dias do ano. O “pois é” do Natal está na força e na compreensão de quem, conquanto, perdendo “o Natal” para as enchentes, terremotos, incêndios ou tempestades, e ainda assim, finca a “estaca zero” para recomeçar no dia seguinte! O “pois é” do Natal é o ser de todos no ser de cada um, quando todos os seres aprenderem a falar com os olhos, o que hoje as bocas só silenciam! Pois é... Feliz Natal!

Dica de verão: como conquistar alguém sem lhe arrancar o tampo

Gilvaldo Quinzeiro A primeira vista esta dica vai desagradar de cara os mais “apetitosos”, mas, ter fome apenas não significa necessariamente ter o que comer, e nem ter comida pronta é sinal de que se possa a barriga encher... Ora, é assim também em se tratando de gente, isto é, embora no verão nos dê água na boca, mas, ir logo com muita fome pro corpo, corre-se o risco de entalar!... Dito de outra forma: não é que devamos nos esquecer da boca, mas, gente bem comida é com as mãos. Claro que aqui eu possa estar também desagradando, só que não entrarei em detalhes explicativos para não perder a performance... Pois bem, gente a ser conquistada, pressupõe que a conquista primeira seja a gente. Claro que estou citando Sócrates, só que com outras palavras. Está entendo? Sem arrancar o tampo: diga-me o que e como tu comes que eu te direi quem tu és. È assim? Mas pode ser... Chegando o verão, outros virão só pra comer! Estes sim não terão o tampo arrancado, mas, certamente o terá a

Nós, engenhos e seios!

Gilvaldo Quinzeiro A dor de parir, não nos impede, contudo, da condição de “larva” que, de nós exige duas respostas constitucionais, a saber, a de “ser mãe de nós mesmos”, quando dos outros não nos brotarem mais seios, e assim, se não atingindo a condição de “borboletas”, sermos apenas a lagarta que se rasteja a mercê de tudo que nos contorce; ou (a segunda resposta) retornar ao útero, do qual nunca devíamos ter saído para, petrificado, ouvir do mundo em silêncio. Uma coisa não foi dita: não há como não ser triturado em qualquer que seja a nossa resposta, no engenho da vida! Portanto, que sejamos a nossa própria mãe, quando de seios for a seca!...

Sem palavras, o tempo é da alavanca

Gilvaldo Quinzeiro Sem as palavras que não mais ao Sujeito alcançam, posto que aquelas a nada mais se dirigem, senão aos olhares perdidos, então, em tempo no qual tudo se soterra, só a “alavanca” nos é imprescindível. Isso significa dizer em outras palavras, quem de nós começará a ser um novo Arquimedes? Avança o tempo no qual as palavras são como pedras, isto é, como falar de “sensibilidade” aos que nem pele possui? Em tempo de “febre por presentes”, o meu é ter de volta as unhas! As suas, ainda permitem uma dentada?

Sem enfrentar o próprio espelho, a violência nunca vai se assustar!

Gilvaldo Quinzeiro Sem que as nossas máscaras caiam e as mudanças de atitudes procedam, os gestos contra a violência são apenas “mudas caretas” – cenas nas quais o que se ver é apenas uma das múltiplas faces que ocultamos! Ora, o fenômeno da violência é muito mais complexo, e sua arquitetura é esteticamente fincada numa “base” sem a qual não haveria o “edifício da contemporaneidade”. Em outras palavras, quem estaria disposto a sua face trocar por outra que não seria a do “presente”? Portanto, não há como falar da violência sem contemplar a discussão que nos remeteria ao próprio “espancamento do espelho pela “nossa imagem”. Mas, falar disso não seria também silenciar? Qual a sua cara , cara, senão a que agora se ocultou? Pois é...

Enfim, bunda agora é pra outra coisa?

Gilvaldo Quinzeiro Em tempo sem portas ou de apostas perdidas, ainda assim, somos a chave. Aquilo que antes só se “edificava com palmadas”, hoje se construirá com quê? A resposta a esta questão não seria já uma “palmada”? Pois bem, eis quão bundas grandes pra se pensar com cabeças pequenas! Dá um certo desconforto em pensar que antes fomos todos uns “sem-bundas”, e hoje, apenas cabeças duras? De tempo em tempo, outros tempos! Ou outras bundas? Com qual cabeça se evitará com que as bundas ocupem todos os lugares, e que os murros sejam pra não morrer? Que abundem as bundas salvas pelas cabeças que, enfim, saibam o que com as mãos fazer! Afinal, bunda é pra quê mesmo?

Sem paixão, o amor é como uma lamparina

Gilvaldo Quinzeiro A natureza que sustenta o amor é pantanosa, e como tal, os olhos que brilham do outro lado nas noites de breu, podem pertencer a um jacaré. Por isso, nem os pés e nem as mãos atoladas de vez; nem a boca toda faminta; nem a pele toda despida – o melhor seria acampar em torno de si mesmo em noite de grandes fogueiras! O amor é, pois, uma passagem arriscada, às vezes até uma armadilha, disso todos nós sabemos. Mas, sem a paixão, que torna o amor em “água e fogo”, não há nenhuma travessia: nem dos pântanos, e muito menos dos desertos! Apaixone-se, pois, ainda que por si mesmo, quando tudo lhe parecer frio demais para se mexer!

O pois é da violência, “eu seios”!

Gilvaldo Quinzeiro A violência que gratuitamente conquista as nossas almas, já é o “cimento”, e não apenas o rascunho do edifício social -, a questão a ser levantada é a seguinte: quem seus esfíncteres controlam se a civilidade possui suas vísceras bárbaras? Em outras palavras, a barbárie nos é tão contemporânea, quanto a que a “civilização romana” nunca se desvencilhou. Mas, para quem quer saber: pra tudo há uma “mãe”, e como tal, quem dos seios se nutre, quer “pai” pra quê? Por fim, não há um só caminho para o "bem" sem no mínimo  uma inevitável passagem pelo “mal-estar”; o da civilização então, já dura o tempo da gestação de uma outra, que ainda está por vir?

Para quem o sermão de hoje?

Gilvaldo Quinzeiro Se Antônio Vieira ainda pregasse o seu sermão de hoje seria para os “calambanjos”, pois, na sociedade atual o meio que abunda é de lama, e nestas condições, só jacarés prosperam. Quão é farta a falta de homens, de modo especial, na lagoa política que não se cansa de se encher de sapos. Ai dos caranguejos que só se afastam de um lado, enquanto do outro, é do pescador! Em suma: aqui sim, a evolução nunca teve vez! Amém?

Narciso, o espelho e as cicatrizes

Gilvaldo Quinzeiro Encalhado tempo de modelos bonitas olhando pro nada, que “capa” os olhos de quem as mãos já estão secas de acariciar as revistas! Secas de carícias: chuvas de celulares em mãos bambas de passar mensagens, que, em qual medida substitui as massagens? Fino tempo ou tempo de fino? Quiçá, a falta de afetos não abunde de fetos os lixões da cidade!... Ai de nós sem o espelho ou ai de nós com as cicatrizes cujo espelho já não nos faz ver  Narciso?

Pena das mãos sem as palavras que nos evitariam a perda dos dedos

Gilvaldo Quinzeiro O mundo já não é mais o das palavras, e sim o das coisas, logo se intensificam os castigos para as mãos, que perdem os dedos na missão que só as palavras se antecipariam. Tudo são “coisas” nas mãos das mães que atiram pelas janelas as crianças abaixo? Quão as palavras nos faltam para delas só nos entupir, quando com as coisas forem arremessadas também as mãos! Medo eu tenho das “novas palavras” que nem das velhas ainda deram conta de se emancipar, e, conquanto, assim, se dão as prerrogativas de as coisas novas colocarem ao alcance das nossas mãos! Quão é “tantão” as carnes vivas para as quais palavras algumas já nasceram. Pena das mãos nas mãos das coisas, que, quando tiverem penas, talvez aí, já não se precise mais das palavras, pois, tudo mais só serão castigos? Lembre-se dos perus sem penas em nossas mãos, quase já em nossas bocas “pelas coisas”, que estes nos representam nas ceias de Natal. E se ainda assim as palavras não lhes faltar, é porque os s

Os bêbados e suas pegadas

Gilvaldo Quinzeiro Bêbados os pensamentos que não se imaginam sozinhos. Ser-lhes-iam mais sensato edificar em si, por si e para si uma melhor companhia, pois, nada é tão desconcertante que levar um “fora” da ou pra velhice. Aliás, é só quando se descobre que pelos “outros” estivemos sempre desacompanhados! Pois bem, quando mais cedo com as “perdas” se aprender que estas não só virão, como serão inevitáveis, então ter-se-á feito de nós mesmos o que sempre se busca nos outros!... O que nos outros já encontramos de nós? Os caminhos, que nos atravessam se apagam, quando não com as nossas pegadas: na frente de quem, quem   de nós está a nos esperar com a paciência de quem só tem quem ama? Levante-se pra si quem te espera em pé?...

Freud! Freud!

Gilvaldo Quinzeiro ...Contestar Freud, todos nós contestamos diariamente com “pedras”, diga-se, o difícil, porém, é com “palavras”, habitat natural deste. Portanto, todas as “asneiras”, que Freud disse (se é que disse) sobre o nosso fundo (que é bem raso, o de alguns sem tampa alguma) no mínimo caberia a nós refleti-las( o que seria, ai sim, racional), como não, todas as pedras atiradas em Freud são bases para que este edifique solidamente o “edifício freudiano”! E Freud vive? Ora, como não?

Bom dia!

Gilvaldo Quinzeiro As manhãs se foram com as pipas; as “noites” estão mais longas com suas cercas elétricas e alarmes, que nunca disparam. Tempos de “redes sociais”, conectividades, e de nenhum vizinho – mas, de ladrões já velhos conhecidos!... Reclamar pra quem? Para o mundo “tocado” com as pontas dos dedos: tudo ficou tão “perto” que a geladeira é quem faz o regime! Já é “Natal”, mas, a conta dos presentes só daremos conta no ano que vem. Èh os tempos são outros, mas nós os mesmos a contá-los!

Na falta de gente pra ser, o dinheiro é tudo, e o Outro, comida!

Gilvaldo Quinzeiro O dinheiro, e não os homens é o “sujeito” dos novos tempos. Ora, isso implica numa “falta”, e esta não é outra coisa senão a que se faz presente na perversão. E quanto aos homens (se ainda existirem), estes são suplantados pelo mundo onde só “as coisas” existem!... O dinheiro, como bem diria Freud “é da ordem simbólica tal como a das fezes”, e em assim sendo, o que se agrega a ambos é tão subjetivo, que aos olhos de quem tais têm valor? Pois bem, se é assim que se dão os fatos ao menos no âmbito do discurso, então o dinheiro não só tem sido o nosso “falo” (perdido), mas, a nossa própria falta fôlego. Quisera ser apenas a nossa falta de vergonha! E como “dinheiro e fezes” simbolicamente se equivalem, então como negar que vivemos numa “merdacracia”? Ora, achar isso pouco é não se dá conta do afundamento dos valores -, fora isso, tudo mais é só atolamento! Uma última palavra: a “falta” nos faz mãe de nós mesmos, logo, esta já se faz presente em nós pela sua

Não digam amém, mas a quem!...

Gilvaldo Quinzeiro Os que abusam hoje da “Princesa” (da princesa do sertão) gaguejam, quando dar explicações, mas, amanhã nas mãos de quem esta será finalmente estrangulada? È filogenético os crimes aqui se sucedem? Como evitar que a prole dos nossos algozes nos faça dar os méritos para a Princesa Isabel, em libertar do “crack” os milhares de “escravos” que já foram desde muito cedo aliciados no tráfico dos votos? Orai por nós os mesmos que se afortunam, pois, são destes as maiores contribuições para dá conforto aos que se ajoelham em seus “templos e catedrais”? Aquém de quem os que recebem pelas “suas” opiniões?

Delete, mas, leia antes!....

Gilvaldo Quinzeiro O “bom” do lado ruim de nós é que há quem se acostume. Por isso, não conte com as flores, pois, o não envio delas é sinal de que está tudo bem! Pois bem, o pior dos costumes, isto é, o melhor de nós agora é receber apressadamente “as mensagens” já mil vezes deletadas  pela pressa de encontrar apenas as que nos “interessam”, e, quando perguntado por quem nem se interessou em lê-las antes de enviar, mais apressadamente damos pronta  a resposta: “são lindas”! Que belo costume não? Portanto, o velho costume pelo qual se escrevia as cartas, hoje, podemos dizer com certeza que os erros eram a prova de que alguém nos escrevia com atenção. Obrigado por ainda não ter deletado esta mensagem! Bom domingo a todos!

Os seios das coisas, útero das ilusões

Gilvaldo Quinzeiro As ilusões são engenhos que trituram a realidade para qual nos tornamos o “açúcar”. Claro que em tais condições a realidade é mel para as abelhas, e para a nós, ferrão na pele. Em outras palavras, não há garapa sem que a cana seja decepada. Portanto, na realidade, não passamos de um “Dom Quixote” nas estradas, pelas quais ficamos sem nossas cabeças! Quiçá, todas as mãos decepadas na dura realidade, que fez nascer o açúcar, não nos façam rir dos que precisam tomar cachaça para só com os pés contar!... O dom da dor é nos tornar na matéria prima sem qual as ilusões seriam como carros na frente dos bois?

Ratos ou homens nas ceias de Natal?

Gilvaldo Quinzeiro Nunca o contexto foi tão favorável para que os homens se transformem em “ratos”, antes assim, só nos tempos medievais; lá, porém, a “fé” fazia dos homens, santos. Hoje, só serão santos, os que conseguirem “colocar chocalho no rabo dos gatos”, a fim de que todos os ratos sejam salvos. Isso nos revela um paradoxo: as máquinas evoluem a cada dia mais, os homens, porém, nunca tiveram tão longe dos macacos, pois, são dos lobos, que se aproximam! È assim, pois, que a humanidade caminha: lentamente e na porrada! Tivemos que fazer “duas grandes guerras” para só então compreender que as “pequenas” todos os dias recomeçam. Quanto à natureza, a do homem o que tem para evitar que não seja toda “bicho”? Homens para o natal de presentes, e não ratos que só têm olhos para o queijo!

Que se soltem as matracas!

Gilvaldo Quinzeiro Os que fazem do Estado do Maranhão seus “cunhões”, não possuem o “falo” suficientemente grande para dá o nó no povo todo. Aliás, é bom que se diga, que “aquilo” quando grande demais, apenas substitui a gravata, e esta, conforme o nó enforca!... De fato, por aqui, as peias ainda são usadas como técnicas de adestramentos de mulas; a prova disso é que em relação a todas as marchas, nós não só estamos mancando, mas, atrasados. Exemplo: saúde, educação, estrada, segurança e outras coisas que aqui soam apenas como batuque de tamborete. Quiçá, todos os couros das grife dos granfinos não sejam tirados das costas da gente!

Novos não são os espinhos, mas os olhos...

Gilvaldo Quinzeiro Os olhos do “novo”, à medida que do “velho” se afastam - são cegos! Isso não significa dizer, porém, que a cada estrepada, os olhos de dor não cresçam... Não seria este o motivo pelo qual tantos olhos são arrancados em nome das “novas visões”, que asseguram ao mundo tudo enxergar? Quão nova é a nossa “visão” para evitar que os espinhos dos velhos olhos dos maias, não “espetem” os nossos também?

O abraço das coisas, que nos decepam

Gilvaldo Quinzeiro Não só, todas as coisas são feitas para o alcance das mãos, como, já as pegamos “esfoladas” – tudo tão “fácil” conforme as explicações das embalagens que até da “felicidade” somos poupados? Ora, estamos diante de um paradoxo inegável, a saber, perto de tudo, mas, cada vez mais distantes de nós mesmos! Eis o preço a pagar pelo “conforto” que sequestra a nossa alma: com tantas coisas nas mãos, daquelas que esquecemos são exatamente as mesmas que de nós se despencam. Será este o tempo cuja evolução exige de nós mais mãos do que cérebros? Pense para não  esquecer dos pés, já que as cabeças perdemos.  Eis quão os dedos são curtos para tantos buracos que em nossa visão se aprofundam!

O pois é das pesquisas...

Gilvaldo Quinzeiro Em época pré-eleitoral são as raposas, que armam as arapucas, e não, as galinhas - são assim as tais pesquisas de opinião, que traduzem o piado do pinto pelos ovos já fritos. Pois bem, esta discussão nos arremete a versar sobre a “verdade”, que é contextual, e como tal, pode passar por mentira, caso não se tenha a força e o interesse para que a “verdade” prospere. Em outras palavras, entre a galinha e a raposa, o contexto de uma arapuca, pode mudar conforme seja quem a manipule. Portanto, a verdade última, pode ter sido a “mentira” primeira. E, quanto ao contexto, a opinião que pesa é a mesma que diz “xô” as galinhas?

Pão pra todos, e combate aos discursos, que provocam a fome

Gilvaldo Quinzeiro Os “mercados,” que desde o século XV cegaram o mundo europeu para as suas “descobertas”, agora, por conta das suas barrigas expostas, poderão estar descobrindo quão o econômico sem o “social”, é tão estéril, quanto as distantes crateras de Marte. Ora, pobre do planeta, que tudo se esgota pelo dinheiro! Por acaso, o planeta do qual estas palavras se aproximam é Marte? Quão é sem “estômago” o mundo cujo desenvolvimento está à mercê das fomes dos mercados! Aliás, com que olhos o mercado ver as manifestações do povo nas ruas cujas mãos já não seguram as barrigas? Espraia o mundo sem praias, senão, só para os farofeiros!... Como se alimentar apenas de palavras, quando, os que silenciam, apoderam-se do pão, que dará sustentação aos discursos, que nos multiplicarão a fome?

Os humanos bonecos, pai dos nossos filhos?

Gilvaldo Quinzeiro Os(as) bonecos(as) naquilo que de “humano” nos acrescentam, isto é, naquilo em que perdem da condição de serem simples “bonecos(as)”, dado ao que as novas tecnologias lhes agregam de “humano”, ascendem ao status daquilo que, humanamente ou tal como os humanos, podem não só nos “machucar, como também provocar profundas feridas. Eis aqui o “berço” no qual da esquizofrenia quase ninguém hoje escapa? Quem é mais “boneco” do que os pais, quando as crianças já foram   pela presença dos seus   brinquedos “nutridas” ? Quem é mais humano que os bonecos, que substituem dos humanos, os seus papeis? Papais ou papeis: qual a diferença do uso de um, ou de outro, como o “cimento” que ergue o edifício humano?

Num mundo obsessivo pelo novo, com que mão se acaricia?

Gilvaldo Quinzeiro Antes se descobria o corpo “arrancando-o” no banheiro em condições que, aos olhos dos outros, lhe parecia inteiro. Era o tempo em que as mãos eram usadas não só para vergonhosamente ocultá-lo, mas, também, como espelho. Que espelho! Hoje, não se tem mais corpo, senão o que se ganha, quando, completamente mutilado? Será este o motivo pelo qual todos os finais de semanas os jovens chegam em casa “quebrados” por acidentes cinematograficamente provocados? Ora, esta questão nos arremete ao tempo em que era com “masturbação” que se ganhava o corpo. Isto é, o tempo freudianamente constituído. Hoje, não seria com as motos que não só se perde a “virgindade”, mas, também, o próprio corpo? Como Freud explicaria isso? Ou, do que valeria as explicações de Freud para um tempo que aposta “tudo” no novo? O fato é: nada é tão freudianamente atual, quanto o " prazer", que só a dor nos antecipa. Ou, seria mais adequado dizer: continuamos nos acariciando sim, só qu

Que gregos devem ao mundo?

Gilvaldo Quinzeiro O “barro,” que nos torna a coisa para a qual Pitágoras daria um número, hoje, mereceria um “sobro”? Ou, tudo que hoje existe já não é mais da ordem, que nasce de “sobro” algum? Eis, as coisas para quais ainda não há “barro” ou eis o “sobro” para o qual ainda as coisas hão de vir? Pois bem, não sei com que equação, Pitágoras explicaria as coisas, que hoje sem dúvida nenhuma estão a eclodir, mas, com certeza, estamos presenciando o “parto” de alguma coisa... Talvez, este momento fosse mais apropriado, não a Pitágoras, mas, sim a Sócrates!... Será? E quanto a nós, que não podemos contar nem com um ou com o outro, estamos ao menos sabendo sentir as dores, que já anunciam que é chegada a hora do parto? Ou, exatamente para evitar tais dores, nos tornamos hoje, mais de lata que de carne? Que falta faz ao mundo, “os gregos”, que a estes, o mundo é quem “deve”?

Tempo de mãos nas tripas?

Gilvaldo Quinzeiro No tempo em que a consciência dá lugar a língua, pensar por quê, se dá nó nas tripas? Tempos de varas: consciências caídas. Eis, quão intestinal se tornou o mundo! “Quem tem bunda vai a Roma”, bem que poderia ser assim, hoje, o ditado. Açougue de jovens estripados: programa de final de semana? Erga a cabeça, Caxias!

O discurso dos cães

Gilvaldo Quinzeiro Os dedos ou os anéis: eis o dilema do mundo diante de sua maior crise econômica. Dito de outra forma, a solução para atual crise é tão problemática, quanto à própria crise. Logo, pelo visto, a sua solução signifique literalmente “cortar os dedos com os anéis”!... O sintoma da crise, tal como o cão, que baba por ter perdido o osso, é o emprego dos próprios dentes em substituição aos discursos, que, diga-se de passagem, têm sido tão fora de contexto, quanto os latidos de cachorros, em tempo em que nem as portas blindadas evitam o roubo!... Ora, foi-se o tempo em que pelo “discurso” se identificava os homens!... No entanto, hoje, o muito que se consegue é se conformar com o “tampo” arrancado pela realidade mordida!... Pois bem, quão de cão a crise econômica vai nos transformar ou de quantas bocas a solução da crise implica em lhes tirarem o osso? Au au!..

República: qual? De quem?

Gilvaldo Quinzeiro Que coisa: a república brasileira no que tange “a coisa pública” é sempre de véspera, ou seja, nunca foi proclamada! Aliás, é nisto que reside o paradoxo republicano, a saber, o de que a “a coisa pública” é o que alavanca as coisas, que de fato pertencem a poucos. Dito de outra forma, a “república” literalmente só tem a coisa, quanto à pública, não faz diferença quanto a dos tempos da monarquia. Enganei-me? Pois bem, é nos municípios (cito Caxias, como exemplo), onde a republica é suplantada pelas práticas monarquistas. Vejamos a sucessão municipal: nunca foram tão evidentes os traços dinásticos, quanto hoje. Ou seja, o poder público é claramente um negócio de famílias, e seus herdeiros... Bem... Os seus herdeiros se acham no direito de tornar a “coisa pública”, um direito de suas famílias! O povo sabe disso? Ora, se a nossa república não fosse apenas a dos Coutinhos, Marinhos, Martins, Alencar e outras que tais, o povo sim, se daria conta!... Outro parado

A isca dos nossos olhos...

Gilvaldo Quinzeiro O mar e o deserto são pescadores de almas; não de almas quaisquer como as dos pescadores famintos, que adentram o mar com suas redes e arpões com a fome de peixe, mas, as almas, que se alimentam apenas de suas belezas!... Ora, sabemos quão o mar se transforma em desertos, e estes se transformarão em mar (eis o que Conselheiro já dizia?), se para este só há olhos para os peixes!... Que outros olhos são os nossos, senão os que fisgam o peixe? Então, que o mar não nos veja sem olhos grudados nele -, isso seria fitá-lo, tanto, quanto um deserto!

Número dos tempos

Gilvaldo Quinzeiro O tempo de uma “Chacrete” (quem se lembra?) é o de todos nós, ou seja, se apaga muito antes do de uma estrela!... A dança do cosmo se dependesse dos nossos aplausos, não romperia os eclipses – seria como o “Russo” no tempo do Chacrinha!... Mas, enfim, quem apostaria nas pernas tortas de Garrinchinha? Ou se o próprio Garrinchinha tivesse apostado “em outras jogadas”, o tempo de hoje ainda seria o do Pelé?... Bem... Hoje é 11.11.11 – três times completos, porém, falta mais um para uma rodada completa! Tem tempo?

A falta de sonhos: é a realidade em carne viva

Gilvaldo Quinzeiro Nos dias atuais estamos sonhando menos ou nada sonhando -, a prova disso é a realidade, que nos esfola! Pois bem, sem sonhos pra sonhar, a marca indelével de uma geração é a sua “carne viva”, ou seja, a realidade constituída da própria carne. Em outras palavras, com as “vísceras expostas”, sonhar é impossível, posto que, a cabeça se torna os pés... Ora, como negar que somente “as próprias vísceras” foram expostas, na pauta de reivindicação dos estudantes da USP? Portanto, latejam-se as cabeças em tempo que só a carne é que se protege!...

Gol do silêncio?

Gilvaldo Quinzeiro A mística das palavras é o arremesso do sujeito. Isto é, não há como falar sem que não sintamos que parte de nós também se perdeu...Ora, isso é tudo que se quer evitar no silêncio!... O diabo, porém, é que o próprio silêncio é constituído de palavras... Então, o sujeito que fala, se é que fala, fala também na condição de evitar que seu silêncio o denuncie! Nestas condições, porém, o sujeito que fala se assemelha a condição de um goleiro, que, mesmo sabendo, da impossível missão de evitar o gol, faz da sua última defesa o silêncio em relação ao gol não evitado! Pois bem, o sujeito enfrenta no seu dia a dia, ataques mais perigosos que os sofridos pelo goleiro -, com uma vantagem para o sujeito – a de, quando em silêncio, trocar as bolas, e ainda assim, continuar atacando o adversário!...

Os pratos das estatísticas

Gilvaldo Quinzeiro A fome que os 7 bilhões de pessoas, hoje, existentes na terra passará, também será por falta de alimentos, isso todos os órgãos governamentais da ONU, já sabem, entretanto, a mais devastadora de todas, será fome pela falta de “afetos”, que já nos torna os mais terríveis dos insetos – gafanhotos! Pois bem, o que esperar das agendas “gordas” dos G-20, que só têm olhos para suas moedas carcomidas? Ora, enquanto estes espalitam os dentes, uma África inteira se enterra de fome! Quiçá, não nos seja preciso uma agenda para evitar o faminto comércio de “fígados humanos”! Se depender das atuais lideranças mundiais, nada mais atual do que o velho ditado popular: “estamos fritos”!

Tempos de filhos chupados?

Gilvaldo Quinzeiro Como não escorregar na condição de pai, quando os filhos são educados para serem picolés? A questão é: “descobriram” os filhos, e com estes, a sua origem totêmica, e consequentemente, a condição de devorador dos pais – em resposta, uma nova ordem -, a da “morte dos pais”! Ora, isso não é outra coisa, senão “o Mal-Estar na Civilização”, ou seja, a primeira década do século XXI nos revela quão em nada mudamos, exceto no “conforto” pelo qual sentimos as mesmas dores de barrigas dos nossos avós!... Pois bem, o “assassinato” dos pais, coincide paradoxalmente com os nossos anseios mais profundo de civilização, porém, a barbárie é que prospera... Aliás, diga-se de passagem, quando a prosperidade foi a da civilização? Uma última observação: a condição de “picolé” é da ordem na qual o seu derretimento, se não contasse com uma base de sustentação (o palito), seria outra coisa, exceto, o picolé!

As vidas e as mortes, nós, seus cavalos!

Gilvaldo Quinzeiro Da morte, tanto, quanto da vida, nada sabemos. A única certeza, porém, é que com o passar dos tempos, nos tornamos urubus de nós mesmos! Há pessoas, que se fazem de “carniça”, e se velam o tempo todo, como se tudo a sua volta não merecesse outros olhares, senão o dos urubus!... Outras, no entanto, descobrirão tarde demais que a “fama”, não nos evitará a burrice de morrer por ela...Aliás, há cemitérios destinados só aos que têm fama? E se tivesse qual a importância disso? Na vida, como negar que só com o avanço do tempo “as esporas”, nos amansam? O pior, ou seja, na melhor das hipóteses, não passamos para a vida de seu cavalo. E para a morte quem nos carrega? Pois bem, a primeira impressão que fica é a da infância, onde todos “os cavalos”, montamos; e a segunda... Bem, a segunda impressão é a que vamos ter da primeira, na velhice, quando de quatro, descobriremos ou não o quanto dos “cavalos”, que fomos, restou!...

Caxias e seus arquétipos, afinal, quem homenagear no seu bicentenário?

Gilvaldo Quinzeiro Hoje, no bicentenário da elevação de Caxias, a condição de vila, a minha homenagem se destina a três figuras que, a meu ver, deveriam ter sido homenageadas, inclusive com um busto em praça pública, a saber, a “quebradeira de babaçu”, o “vaqueiro” e o “balseiro”. Justifico: a “quebradeira de babaçu”, não é só uma figura mais do que típica da região dos cocais, a qual Caxias faz parte, mas, sobretudo pelo que  representa simbolicamente no quesito resistência, bravura e como um pilar de sustentação da família; o “vaqueiro” por sua vez, não só está ligado ao ciclo econômica que deu origem ao arraial  de Caxias das Aldeias Altas, bem como a Balaiada, ou seja, significou e significa um desbravador do sertão, portanto, também merecedor de ter um monumento em sua memória. Já o “balseiro”, aquele tirador de talo da palmeira de babaçu que, corajosamente navegava pelas águas do Rio Itapecurú, das mais remotas localidades ribeirinhas ate a cidade Caxias , sobre uma balsa c

As janelas, substitutas dos espelhos?

Gilvaldo Quinzeiro A face do espelho, nunca foi realmente a nossa, e agora, em total eclipse, quem ainda a reconhece? Pois bem, nos reconhecer na violência, que oculta a sua face, já seria, entre outras coisas, encarar o espelho, e recuperar a parte de nós que ocupa os corpos em cujos espelhos a nossa face não lhes aparece! Nestes dias, nos quais, muitos jovens, que nem espinhas no rosto tinham, (ou nem tiveram tempo para se olharem no espelho), morreram, são reflexos de que na falta de “espelhos” são os corpos que se espedaçam!... Portanto, na falta de “espelhos”, não são as janelas por onde os corpos são arremessados? Então, em assim sendo, saia de perto, se já nos faltam outras saídas!...

O amanhã será como os olhos de quem?

Gilvaldo Quinzeiro Nas cavernas éramos simplesmente “carnes” a proteger os ossos da boca de outros. Aliás, diga-se de passagem, muito bem defendidos! Hoje, porém, nos afundando no mundo virtual, somos apenas as bocas -, não as que abocanham - mas, as que são abocanhadas. E quanto à carne e os ossos... Sabe lá pra quem entregamos?... Pois bem, Platão se tivesse vivo, interpretaria como, o “Mito da Caverna”, diante de homens que são verdadeiramente sombras e da “luz”, que nos escurece? Por outro lado, atual mesmo seria o discurso de Sócrates, e não menos atual - a sua repressão! Portanto, nada mais grego, do que a nossa atual democracia!

As épocas e as vacas

Gilvaldo Quinzeiro Não há como viver uma época, sem ser dela seu prisioneiro. De sorte que, viver para além desta é ascender à condição de seus fantasmas; como é fantasma, o passado que do presente se afasta. Ora, qual a marca viva desta época, senão a dos seus fantasmas? Isso não significa dizer, porém, que em nossa época haja muitos “Da Vinci”... Nada disso. A questão é que a “bolha”, a qual estamos presos, não dura o tempo de uma contemplação, logo o que se contempla é da ordem que não se contemporiza! Então, como saber a diferença entre as épocas de vacas gordas e as magras, se não sabemos a qual tempo somos prisioneiros?

A fome

Gilvaldo Quinzeiro A fome por mudanças no mundo muda a fome de ter fome. Isso significa, por outro lado, que também estamos farto. Seria mais adequado dizer, que estamos obesos por uma cega anorexia! Ora, as coisas ainda nem estão com a cabeça de fora, mas, seu choro é de   outra natureza. Talvez da natureza, que nos torna todos híbridos.   Se a nossa fome de ter fome   mudou, não é só da boca que   perdemos o controle, mas, de tudo aquilo que sai do estômago!... É isso ai!... Pensou bem!

Olhai para o céu quem ainda tem cabeça a perder

Gilvaldo Quinzeiro O mundo amanhece com mais  um líder sem a cabeça, enquanto as outras... Bem... As outras cabeças já estão sendo plantadas em nome de uma “nova ordem”, que pelo visto não quer mais saber de cabeça alguma, a não ser, arrancada com a força de quem só tem olhos!... Pois bem, aqui nesta parte do mundo, Caxias, Maranhão, as cabeças que ainda não foram arrancadas, é porque estão de bunda pra cima... Fora as “12”, que nem bunda mais têm... Entendam como quiser!... È que aqui os buracos, ao contrário de outras partes do mundo, não foram escavados para esconder quem tem sua cabeça a prêmio. O prêmio aqui é pelos “rombos” que se faz! Mas, por falar em rombos, no próximo domingo, cairá mais um satélite... Porém, uma coisa é cientificamente certa: Quem já perdeu sua cabeça, este sim, não tem por que se preocupar! Na duvida, porém, se a sua ainda resta, é bom colocar ao menos a bunda de molho!

O tempo que temos é o que nos falta?

Gilvaldo Quinzeiro De tempo em tempo nasce um Galileu Galilei, um Isaac Newton ou um Marx; um Freud e outros; mas, no tempo de hoje quem nasceu? Que liderança exerce Barack Obama, não obstante, o seu poder intimidador oriundo das suas armas de extermínio? Qual o poder Ângela Merkel ou de Silvio Berlusconi numa Europa, que não para de se afundar numa crise econômica? Por outro lado, há quem fale com “gozo” a respeito das atuais manifestações de rua contra o capitalismo global, pelo simples fato de que estas, ao contrário das que ocorreram no passado, como as de 1968, não partam de “cabeça nenhuma” , isto é, que nenhuma liderança tradicional ou partido político seja seus organizadores - o que seria uma “revolução” dos novos tempos! Pois bem, se não estamos sob a liderança de homem algum, quem então está no comando do mundo? São as máquinas, os chips que estão a comandar o mundo agora? Qual o mérito de ser homem num tempo em que as máquinas merecem mais confiança? Esta é uma q

Que dia é hoje para os outros que virão?

Gilvaldo Quinzeiro Todos os dias passam; o do Professor, um Dia chegará? E, se quando chegar, não será tão tardio quanto a “Lei dos sexagenários”? Mas, e, se for cedo demais, quanto à do “Ventre Livre”, quem sentirá pelos filhos, a mesma dor dos pais, que, ainda assim, fizeram o “parto” de muitas gerações? Aliás, diga-se de passagem, gerações sem nenhum “abolicionista”! Pensar ser “garapa” a vida de Professor significa não perceber o quanto esta é moída, não obstante, ser sua atividade um moinho de consciências!... Ocorre, entretanto, que, se não fizermos como Palmares, do que nos valerá um “15 de outubro” com muitas pipocas para comer em casa? Pois bem, por falar em Palmares, “o Dia 20 de novembro” está vindo ai, e muitas correntes a mais das que, já nos aprisionam estão sendo engenhadas! Então, o Dia de hoje é para que o de amanhã seja nosso também! Feliz todos os dias, Professor!

Quando nos conhecemos, todos os espelhos são bonitos

Gilvaldo Quinzeiro Como querer que tudo do outro seja o nosso reflexo, se diante do espelho o que vemos da nossa própria imagem, nem tudo nos agrada? Ora, se temos que “engolir” a nossa imagem com tudo que de nós devêssemos vomitar, então no mínimo sorrir, ainda que,  maquiando as nossas imperfeições – é o que se deseja de nós quando formos pro outro, o espelho! O estranho é acreditar que tudo seja como nós – isso sim seria não ter espelho algum!... O familiar, porém, seria antes de tudo, nos conhecermos primeiro. E assim, se for preciso, em todo e qualquer lugar por mais estranho que seja - erigir com o que conhecemos de nós - todos os espelhos bonitos!

Tá ligado?

  Gilvaldo Quinzeiro   De que útero é o tempo, do tempo das “vassouras nas ruas”? O que varrer dos “tapetes”, se são destes os nossos tecidos? Qual a eficácia das vassouras, num tempo onde tudo é poroso? O fato é que, a cada tempo, os seus símbolos e as suas máscaras. Às vezes, as máscaras são seus símbolos, e seu tempo, o de empurrar para debaixo dos tapetes! Ora, o tempo que se varre é o mesmo em que se está ligado? Uma coisa, porém, está minimamente certa: uma vassoura sem um cabo é sinal de que esta perdeu sua conexão!

As porteiras da infância

Gilvaldo Quinzeiro Da infância quem não se lembra, tropeça   no que pensa ser, quando adulto,   um cavalo já domado... Nas porteiras da infância ninguém passará imune a uma   imaginação que seja, ainda que nesta, o cavalo que montamos seja o de São Jorge e, a lua, o nosso chão!... Burra a geração que no Dia das Crianças lhes fecham todas as porteiras comprando todos os brinquedos que, ao invés da “imaginação” inspiram-lhe a realidade! O que é a realidade dos “ brinquedos acabados”, senão a das   porteiras fechadas, e, nós como seus   bois e cavalos alimentando dia e noite as fábricas das nossas infâncias roubadas!                                                                                                                                                                                                                    

Os lugares, e os outros que somos

Gilvaldo Quinzeiro O mundo oferece “malas e lugares” para todos, porém, antes do embarque arrume você por dentro, e, se possível agarre-se como um único lugar do qual não se deve trocar por outros... Sim, os do mundo podem até ser mais convidativos, entretanto, não serão  os melhores lugares para se está, quando nos sentirmos estranhos dentro de nós!... Somos viajantes... E dentro de nós mesmos há lugares que nunca visitamos, e outros tantos que mantemos a distância, pois, lá, somos o desconhecido! Que tempo se desperdiça viajando a velocidade da luz, mas, para fora da nossa órbita!... Que mundo somos sem nos darmos conta dos que habitam dentro de nós?

Grande, só Prometeu!

Gilvaldo Quinzeiro A infância é um engatinhar à mercê de um “mundo grego”, onde o “fígado” de quem se dá conta da importância dos pés é churrasco no bico de águias famintas. Em outras palavras, tornar-se “Alexandre, o Grande”, não só implica   em ter que expor todas as vísceras em simples brincadeira que seja, como também     de quantos Aristóteles   sucederam Sócrates e Platão     num mundo que     continua às escuras! Portanto,   na infância todos os dias vividos   não nos garantem que, quando adultos,   não nos sintamos pequenos!

Pois é...

Gilvaldo Quinzeiro Hoje para falar da realidade escangalhada de Caxias  fantasiei-me de Tom Zé... Pois é... Que “Zé” somos ao nos tornarmos  indiferentes às esporas; as peias e aos cabrestos?... Outrossim, outros mundos que só passam nas   tvs – nas que dizem amém por nós todos – e   nas que nem quando fechadas, devemos dizer amém!... Caxias fica cada vez melhor para poucos, pois, o muito para estes poucos se torna cada vez mais fácil qual como jumento amansado... Pois é seus zés...Tudo aqui são esporas, embora, os que vêm de fora encontram bons pastos!..

Orelhas em pé, umbigo nas mãos

Gilvaldo Quinzeiro Decerto é próprio do homem ao se sentir desamparado, fazer do corpo a árvore na qual se agarra. Ora, isso é da ordem animalesca, aliás, ai de nós se não o fosse!... Mas, a questão a ser levantada é a seguinte: o que fazer quando o desamparo é provocado pelo próprio corpo que nos falta? Eis o que nos remete de volta a infância; não a que nos cortou o umbigo, mas, a que nos fez ter como seios, os da loba. Em outras palavras, feliz daqueles que, em sentindo a perda do corpo, ainda assim, sabe onde e como encontrar o “umbigo”!

Os ventos e os muros de palavras

Gilvaldo Quinzeiro A atual crise do capitalismo mundial afunda os discursos e amplifica o silêncio em torno da “nova face” que o mundo assumirá -, quiçá este mundo não renasça nos fazendo falta do “muro de Berlim”, porquanto, já nos é visível a retórica da intolerância se erguendo como um pilar de uma nova ordem!... Coincidência ou não, o mundo que hoje se desmorona era o mesmo que há 22 anos sobre os escombros do muro de Berlim, não só cantava vitória, como decretava o surgimento de uma nova ordem mundial. E agora que mundo é este que se erguerá? Que braços erguerão o mundo, onde as mentes são de pedras?

Em que bocas nos transformamos?

Gilvaldo Quinzeiro Na falta de “seios”, sugamos os das imagens midiáticas que nos criam todos com fome de ver. Ora, os nossos olhos nunca foram tão boca, e nem as imagens o nosso pão de cada dia, quanto os são hoje. O que isso contradiz Freud? Apenas, e tão somente que oralmente estamos fixos em tudo que com a boca abocanhamos - o que seria das de outras fases! Ou seja, tudo é boca, e a função dos olhos como a dos outros sentidos - é a de comer! Um esclarecimento: está claro que as coisas não são tão simples assim, pelo contrário são complexas demais, e por isso mesmo a idéia de pertencimento, não é outra, senão a que nos arremete ao estômago. Uma das consequencias das “bocas” que nos tornamos, é nos imaginar grávidos por todas as outras que engolimos de olhos fechados. Não seria este o “parto de um mundo” de cuja gravidez somos suas dores e contrações? Psiu! Corra que nossos filhos querem nos comer!

Rabos, bananas e macacos: na política abundam

Gilvaldo Quinzeiro A mão que descasca a banana, não é que seja mais bonita que a de um macaco, mas, na fome, não importa se antes quantos rabos a usaram como pente; o importante mesmo é ter dentes afiados para comer!... Entretanto, o fato é que estamos perdendo as mãos, isso não significa dizer, porém, que estamos ganhando rabo, pode até ser que sim, mas, certamente “banana” a gente está ganhando todos os dias! Ora, seus macacos como negar que os homens na política estão de galho em galho, ainda que de pés juntos jurem que não possuem “rabo preso”! Quiçá, na política seja onde filogeneticamente nos tornamos mais próximos dos macacos! Não pense que eu esteja afirmando, contudo, que os macacos pensam... Não é isso. A questão é - qual a diferença do político que só pensa em si para um macaco? Mas, voltando à mão que descasca a banana – o que dizer da que a esfola toda? Pensando bem, os outros estão passando mal. Entendeu? Então pule!

È assim nós de quatro pés

Gilvaldo Quinzeiro Homens híbridos, deuses o quê? Como evitar o “apagão” de uma geração que erroneamente se sente conectada? Aliás, como negar que a conectividade já não é em si um apagão? Este texto é para nos arremeter com o arremesso, posto que não há como fazer isso, e permanecer com os pés fincados no chão. O chão sumiu, diga-se de passagem, e os escombros somos nós!... Pois bem, o tempo que se ergue agora não é o mesmo para qual os egípcios há milhares de anos mumificaram seus corpos? Ou não será este, tempo algum? O fato é que somos a esfinge – os dias de hoje, o segredo!                                                                                       

A criança e o besouro: quem se transformará em quem?

Gilvaldo Quinzeiro A princípio o que se espera de um encontro entre uma criança e um besouro - que a criança se torne o besouro ou besouro se torne a criança? Esta questão nos exigi um exercício tal, quanto o esforço da criança em fazer do besouro objeto de sua companhia. Por outro lado, não é para nos assustar se no final do exercício tenhamos nós nos tornado no besouro – não no do exemplo da criança, mas, no outro que nos escapou para nos ater a criança no instante em que esta acariciava o besouro!... Voltando ao questionamento acima -, a criança que não ver o besouro como parte de si, ainda que com os olhos emprestados deste, como retornaria a si, se só como o besouro se visse? Uma coisa é certa, o besouro jamais se comportará como a criança, porém, em a relação à criança não podemos afirmar o mesmo! Outra coisa não é menos verdadeira que a assertiva acima -, o besouro que todos nós possamos vir a ser, ao encontrar uma criança como evitar o desejo de não comê-la? Pois

A folha, a lagarta e a borboleta*

Gilvaldo Quinzeiro O que restará a uma folha caída no chão de uma floresta? A resposta a esta pergunta é mesma que tem o poder de fechar as bocas famintas das lagartas que já se põem a devorar a folha, isto é, o poder da transformação! Dito de outra forma, a folha, ainda que sendo devorada pelas lagartas estará contudo,   de volta ao alto das árvores    no voo das borboletas. Aliás, quão nos é difícil acreditar que uma linda borboleta antes de voar era apenas uma lagarta que de alguma forma se serviu da folha que até então se encontrava no alto da copa das árvores!... Na verdade, na verdade, a transformação não é só uma rotina da natureza, mas, sobretudo, o seu próprio jeito de ser! A natureza só é natureza porque tem em si mesma a transformação. Do contrário como explicar, a passagem do sertão para o mar e do mar para o sertão? Pois bem, dito inicialmente da existência e do poder da transformação, quero lhes dizer que todos nós seres humanos temos e somos uma natureza, e que as

Espelho pra mim é miau

Gilvaldo Quinzeiro A felicidade que mede a minha é a do meu gato; não que a minha seja maior que a dele, mas, a não felicidade dele é um sinal de que a minha há muito tempo acabou!... Então, quando tenho o meu gato em minha companhia, tenho certeza que estou melhor comigo; do contrário, como perceber a dele? Um “miau” pra mim não é só um cumprimento, mas, um comprometimento!

A tolha caiu

Gilvaldo Quinzeiro Um aluno de 10 anos de idade de uma escola municipal de São Caetano-SP atira numa professora, e em seguida se mata – ficção ou realidade? Se este caso tivesse ocorrido há duas décadas atrás se perguntaria: qual a ficção que teria “inspirado” este garoto? - como não, a pergunta se investe: qual a realidade que levou este garoto a agir como se estivesse numa ficção? Ora, no texto postado abaixo estamos exatamente falando da loucura como algo inerente a nossa normalidade cotidiana. Isto é, os loucos são aqueles que de alguma forma estão tentando compreender a “normalidade” com que da realidade nos afastamos, posto que já não há mais uma “realidade”, senão aquela outra na qual estamos todos loucos. Portanto, pense bem antes de mergulhar na realidade, pois, nem sempre há  toalhas!...

Acalme-se, a normalidade é que está louca!...

Gilvaldo Quinzeiro O que se pode afirmar do sujeito sem a loucura que nos torna todos iguais nos dias de hoje? Não é a “normalidade” um traço excêntrico quando tudo mais é dominado pela loucura? De fato, curar a loucura pode ser um ato insano, se sem ela qual o traço que nos ligaria a contemporaneidade? A questão, no entanto, é quais os novos paradigmas que “normalizarão” a loucura que já se torna velha de ser a nova face dos nossos dias escuros! Quão é interessante pensar na loucura. A loucura que não se pensa, esta sim é assustadora!

duras cabeças, frouxos cabrestos

Gilvaldo Quinzeiro O homem ao dá nome as coisas apenas as “acangalha”, e como consequência   ganha   as esporas, ao invés das rédeas. E assim, este, das coisas se torna seu cavalo, conquanto se imagine cavaleiro das coisas cujas estéticas lhe caem   bem como um cabresto!... Tudo enfim, são as esporas, enquanto as rédeas cabem as nossas cabeças!...

Um purgante na política caxiense

Gilvaldo Quinzeiro A “prisão de ventre” da política caxiense quem ainda aguenta? Ou será que até o estômago já perdemos? Uma coisa, porém, é certa – não fazemos mais digestão! Portanto, uma velha, mas, eficaz receita caseira nos faz necessário: um purgante de azeite mamona! Quem ousa tomar?

As varas e as lascas da educação

Gilvaldo Quinzeiro A educação brasileira, notadamente a pública se tornou numa “velha árvore” na qual os que têm a missão de salvá-la apenas lhe retiram a casca com os quais fazem “milagrosos chás” que   sobre efeitos das alucinações constroem suas retóricas. Prática predatória,   eis no que se constituiu o “salvamento” da educação brasileira.  Dito de outra forma,   muitas das novas teorias sobre a educação que nos são empurradas de goela a abaixo, mais do que uma contribuição significativa para a prática educativa, não passam de arroubos egoicos   que, como tais não nos explicam o que fazer depois que a realidade dissipar seu brilho inicial. Por outro lado, “varada” mesmo é o enfrentamento do dia a dia de uma sala de aula. Lá não há luz alguma, só barro por ser amassado, e o desespero de, no final do dia, nenhuma cabeça erguida, a não ser as que deveriam ser amassadas!

Nem me conta do Enem

Gilvaldo Quinzeiro Enquanto os governantes tiverem seus olhos vendados para a escola pública e a sociedade fazer de conta que não tem conta a prestar, o Brasil voltará a ter uma geração de acorrentados, como foi a dos tempos coloniais; com uma diferença: a geração de hoje nem como mão-de-obra escrava serve, posto que não aprendeu o suficiente para tal!... Pois bem, às vésperas de novas eleições, nas quais as “fábricas de dinheiro” surgirão do nada para dos acorrentados seus votos comprarem   -, fica claro porque as escolas públicas assim como as senzalas não precisam de investimentos! Em outras palavras, o sucesso da escola pública é a derrocada de quem se mantem no poder à custa do   seu fracasso.   Ou seja, mudar a educação pra quê se é sem ela que por   mais   cem anos nos acorrentarão!

Paz!

Gilvaldo Quinzeiro Todos os anéis de ouro não valem mais do que todos os dedos perdidos pela ambição de se colocar as duas mãos no mundo! Aliás, vivemos num mundo de pouquíssimas mãos e muitas próteses -, já não há motivos suficientes   para se economizar os fígados? Qual o tamanho dos fígados daqueles que se acham   no direito de decretar uma cor dominante? Quiçá, o dia de hoje, amanhã seja outro, e que a luta que se trava em nome da paz não nos torne todos prisioneiros!

Cegos os olhos sem o corpo que tudo ver

Gilvaldo Quinzeiro Todo olhar é cego, a medida em que os olhos primeiramente se veem naquilo que por último são os olhos do outro.   Escuro o mundo no qual “tudo” é a imagem que nos engravida!   Ora, como lidar com   a ideia de corpo sem que este não seja pensado como “os olhos “que copulam com tudo que ver? O corpo que temos não é feito só da luz dos nossos olhos, mas, sobretudo daqueles que nos cegam também.  

Fora ao controle, o que fazer das mãos?

Gilvaldo Quinzeiro Não há ato mais desastroso quanto à “obsessão pelo controle”.   Das naturezas, a humana só é “a coisa em si”, quando supostamente o “si das coisas” está   sob controle – eis ai um desastroso engano? De fato não há como controlar a coisa sem da coisa se tornar um prisioneiro!... E em assim sendo qual o triunfo a comemorar? Ter a coisa ao mesmo tempo em que da coisa é – qual o papel que as mãos cabem?

A respeito de Caxias assim falou seu pois é...

Gilvaldo Quinzeiro Caxias, a cachaça e a política – em comum a falta de “engenhos”, e o que nos sobram: bocas secas dizendo “amém”! Como alerta uma profecia: abundarão as bundas que só levarão pé! Mas, eis que no ano que vem quem   viver verá:   novas dentaduras para duras rapaduras!...

Tempos de preces ou de pressas?

Gilvaldo Quinzeiro A questão dos nossos tempos é: há homens sem tempo ou tempos sem homens? Como discordar de que concomitantemente a existência de homens sem tempo, não hajam tempos sem homens? Não é esta a marca visível dos nos tempos? Pois bem, outra questão nos impõe: qual o mundo que não se acaba se os outros que existiram quem ainda dele faz parte?   Como não afirmar que neste tempo “sem homens” o mundo também já não se acabou? Quão é complexo aquilo que com “a mão” já não se abarca! Aliás, para que servem as mãos, se as cabeças há muito tempo se perderam? Há homens em “marchas” que não tiveram tempo nenhum para pensar quão finos “machados” esperam!... O quê? - Marcado o tempo das marchas com pressa! Afinal para quem são   as preces em tempo de pressa?

Os pratos para as fomes das coisas que nos vomitam

Gilvaldo Quinzeiro O mundo, a serpente e o homem: diferentes apenas na pele, em tudo mais são todos peçonhentos... No final, porém, só os “gatos” pela unha que escondem dialogarão com todos lhes roubando o prato! Em outras palavras, a fome é mãe da barriga de todos, mas, nenhuma barriga com fome nem enquanto metáfora será mãe!... Portanto, metaforizar a fome, ainda que sendo devorado pelas palavras, de alguma forma é fome de alguma coisa... Que coisa é essa que ainda estando com fome nos vomitam? Somos os pratos de cujas barrigas não têm fome?

A cruz nossa é o outro que não gosta de si

Gilvaldo Quinzeiro Gostar de “A” no que este tem para dele se “gostar”, não é a mesma coisa que gostar apenas do “jeito” de se gostar de “B”. Por esta equação se conclui que: “A” é a vela para quem só se estende a mão na hora da morte, enquanto “B” é a cruz de todos para todos os dias que não se viveu com “A”. Portanto, pelo “gostar” se conhece quem não gosta nem mesmo de si.

A vida nas suas águas, nós éguas de si

Gilvaldo Quinzeiro Mergulhar como peixe na funda existência humana é fácil, o difícil, porém, é encontrar um “raso” e não terminar como peixe de aquário!... Aliás, qual a diferença entre viver uma vida presa a um aquário e ser devorado pelos tubarões? Entre ser “frito ou cozido” se espernear é um sinal de que não se quer ir de jeito nenhum pra panela. A questão, no entanto, se esbarra em não se ter asas nas pernas – melhor, então, do contrario como ter pena de si? Eis, a existência pela água da sede em si...

...E assim a nossa cara se arranca...

Gilvaldo Quinzeiro A violência dos nossos dias nos impõe uma realidade que é irrefutável, a saber, primeiro, o esmagamento da “mão da justiça”; segundo, o acovardamento de toda a sociedade; terceiro, a farra dos criminosos contrasta ao nosso luto! Ora, como querer uma resposta imediata da mesma sociedade que vergonhosamente vem perdendo para o mosquito da dengue? Imediato, só o nosso afogamento por tudo que é midiático! O absurdo é o afrouxamento da lei sob a alegação de que há superlotação nos presídios – não seria este é o exemplo claro de que a justiça de fato perdeu a mão? Enquanto isso nas ruas como evitar que não se percam as cabeças?

Os pesos e as medidas da vida a dois

Gilvaldo Quinzeiro Na vida a dois, “1” não é ruim sozinho, e quem cai não se levantará sem ajuda do outro, ou seja, em toda dualidade o que pesa é “balança”, e o que se mensura corresponde ao peso de cada um. Em outras palavras, até a “imagem” que temos como sendo a nossa é grávida da imagem do outro – nosso mesmo é a missão de aparar as arestas que em nós impede a vida a dois!

A paz

Gilvaldo Quinzeiro A paz é   como as mãos ásperas de um peregrino que agride quem nunca se imaginou conversando sentado no chão. De sorte que manter as mãos estendidas apenas,   não é um gesto suficientemente   grande para construir a paz, num mundo onde gente é usada como o chão no qual ásperas mãos decidem a “paz” no chão que se tornou peregrino como gente que não tem mais a quem pedir a “paz”! A paz peregrina, precisa das mãos de todos!

As primaveras de hoje, verão amanhã pra quem?

Gilvaldo Quinzeiro È “aqui dentro” o mundo que lá fora nos torna frios expectadores das “derrotas ou vitórias” alheias. Dito com outras palavras, tudo ainda está muito cru o que para alguns já é servido como almoço - o sangue que nem coalhado estar!... Em pauta o “futuro” do mundo nas mesmas condições velhas de sempre: sanguinários guerreiros em que de novo, não palitarão os dentes!... Portanto, olhos de sapos nas cobras que nos engolem!....

As caras que o tempo corrói

Gilvaldo Quinzeiro Há tempo os jovens envelhecem cedo, porque tarde é a pressa que lhes roubam a juventude. Quiçá, o tempo em que a goma de mascar se desgasta, fosse mais custo que o tempo que se perde com ela... Ora que tempo é este de bocas secas e gente turbinada lotando os banheiros? Cara, a tua cara foi a minha ontem: a tua hoje vai ser a de quem?

Das pedras nasce a pele

Gilvaldo Quinzeiro A felicidade está na pele, não no toque de um celular com a sua voz que nos gruda, e muito menos nos anéis que nos poupam os dedos. Porém, como tudo que se planta, arrancar a pele pelos outros que não se tocam é devastar no “aqui e agora” as felicidades que nem sequer brotaram! Então ame sua pele no lugar da minha, posto que, do contrário, como evitar que a sua seja costurada, enquanto a que tenho estar sendo arrancada? Cada planta em seu habitat, cada pele para ser feliz com o que nela se plantar! Mãos plantadas na pele, tal como as plantas fincadas na terra! Salve-se a pele de quem puder!

Que pinte outras cabeças!

Gilvaldo Quinzeiro A faca, a bailarina e o prato com a cabeça de João Batista: como não se afundar na existência que na obra de arte é a faca que nos devolve a cabeça perdida? Ora, quantas cabeças Picasso tinha quando as de Guernicas   foram perdidas? Peça a Freud para explicar por que os que querem a cabeça de Obama nunca se sentiram na de Picasso, e muito menos nas de Guernica!... Não seria a de um jumento a que nos causa mais inveja? Então pense no quão a de Picasso foi dura! E a sua, está tal e qual a de João Batista? Que pinte outras cabeças, todas como a de Picasso!

A vida, a boca e o beijo: a continuação das tragédias gregas?

Gilvaldo Quinzeiro A boca que devora é a mesma que afaga com um beijo? Veja só em que “boca se entra” ao mesmo tempo em que se acredita que é pela vida que se luta!... Como contestar os gregos no que a vida tem de trágico, ainda que para outrem seja cômico o ato desesperador de perder a vida? Como no amor não ser espartano, se não há como fazê-lo sem, no entanto ser voraz?   Ah, como tudo é espantosamente contraditório, tal como a cangalha que se assenta no burro para do burro se servir de assento! Quantos cavaleiros burros! Quantos burros cavalheiros! Ora, não deixando tudo como dito qual a importância de se saber a cor do fio dental, se aos olhos dos olhos que de   tudo devoram, só se ver como comida o que na boca entala? Ah, se no mesmo instante que beijássemos, lembrássemo-nos da boca que devora, quais das comidas queríamos ser dentre tantas que se estragam pela fome que nos apressa? Grego o mundo que levou veneno a boca de Sócrates, enquanto este se tornava a boca do mun