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Mostrando postagens de abril, 2010

O GARIMPO DO SALOBRO E A ANTROPOLOGIA POLÍTICA

Gilvaldo Quinzeiro Garimpo do Salobro! Quem se lembra? Pois é, Caxias que é rica em tantas lendas, uma que não é tão antiga assim - é a do “garimpo do Salobro”! Tal garimpo surgiu na década de 80 no auge da febre do garimpo de Serra Pelada. Conta à lenda que alguém lá para as bandas do bairro Salobro encontrara salva engano, no quintal de casa, uma pepita de ouro. A noticia nem bem tinha chegado ao bairro Ponte, e Caxias inteira estava lá. Dona Maria com sua banca de café; seu João com sua picareta e carro-de-mão. Ou seja, de uma hora pra outra, era garimpeiro escavando o chão pra todos os lados. Gente já fazendo conta na bodega para pagar com a venda do ouro!... Isso durou no máximo um mês, até que enfim se constatou que era apenas uma farsa!... Pois bem, o “garimpo do Salobro” na nossa opinião, se não deixou ninguém “bamburrado”, mas, marcou uma nova fase, antropologicamente falando, um divisor de água na política local, a saber, a mentira que antes era apenas uma historia

O MAR ARAL E AS CALÇADAS DAS RUAS DE CAXIAS

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Gilvaldo Quinzeiro Tal como a pele enrugada do Mar Aral, as calçadas das ruas de Caxias possuem marcas da visível falta de civilidade. O ponto que diferencia ambos consiste em que rarismos são os pés que podem andar sobre as águas do mar, enquanto os pés que precisam pisar sobre as calçadas além de serem comuns também podem ser rachados. O mar morre lentamente para dar lugar a um deserto que sempre invejou o mar. Aqui as calçadas se racham e se esburacam para dar lugar uma cidade cada vez mais cercada por panelões cuja fumaça escurece os ares e também as calçadas, e que por isso mesmo nenhuma inveja causa. Lá no Mar Aral os que perderam a vida para o deserto se racha no meio do sol escaldante. Aqui quem torce ou quebra um pé enfiado nos buracos das calçadas se parte em dor à espera do socorro, e quando este não chega, a solução é encontrado do outro lado do rio Parnaíba(?), que também morre de desgosto dos esgotos de Teresina!... O Mar Aral não pôde ser salvo por poseidon da

VIVER COMO UM PÊNDULO, UMA ALUCINADA MANEIRA DE SOBREVIVER!

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Gilvaldo Quinzeiro Sigmund Freud em Interpretação dos Sonhos foi quem abriu a “caixa preta” de um dos aspectos mais intrigante da natureza humana, a saber, o ato de sonhar. Através da análise dos sonhos podemos desvendar a “face oculta” do que antes nos parecia inexplicável ou sem nenhum valor. A importância dos sonhos, no entanto, é bem maior do que se tem atribuído. Neste trabalho abordaremos esta discussão, abrindo no nosso entender novos aspectos a serem aprofundados posteriormente. Tomaremos como referencia a obra de Freud, entretanto, nos atrevendo a dar outros saltos no escuro labirinto do Inconsciente humano. O psiquismo humano desenvolve um movimento pendular no percurso entre o estado onírico e o estado de vigília, ou seja, tal como um pêndulo incessante estamos “indo e voltando” a realidades radicalmente diferentes. De sorte que sempre somos alienígenas em um habitat, que nunca habitamos. O “ir” e o “voltar” desse pêndulo nos arremessa para além. Como e por que

TRIBUTO AO TAMBORETE

Gilvaldo Quinzeiro Numa época dominada pelos sofisticados objetos de multiuso, tais como, celular, computador entre outros, o tamborete no “tempo das lamparinas”, era por assim dizer, um avanço. Aliás, pobre da casa que não possuía um tamborete! O tamborete é um utensílio doméstico, com a parte superior coberta de pele de boi ou de jacaré, provavelmente de origem africana, utilizada ainda hoje como cadeira nas residências pobres da zona rural do nordeste. O tambor(ete) como o próprio nome alude, pode ser também é um instrumento de percussão, mas que teve seu uso ampliado para outras utilidades. È exatamente a metáfora, o seu multiuso, ou, como diria Lacan, o seu significante que tomamos aqui o tamborete como objeto de estudo. Pois bem, o tamborete quando sobre as pernas de um sujeito era usado nas “futrica” como instrumento de percussão, tal como se fala no popular “tamborete de forró”.. Por outro lado, quando ao contrário, ou seja, é o sujeito que se senta na perna do tambore

4.0

Gilvaldo Quinzeiro Enfim, compreendi aos quarenta e poucos anos, que a “poesia do primeiro beijo”, poderia ter sido um épico, se também tivesse sido escrito com as mãos... Sim!... Com o corpo todo!... È que naqueles tempos “grávidos do meu próprio desejo”, não saberia compreender por que as uvas entre os lábios são também comidas com o mesmo “desejo” com que se devora as outras partes nuas da pele... Mas, todos os poemas escritos a lápis ou a caneta nos bons tempos de escolas sobre as carteiras ou nas paredes do banheiro, eram na verdade um “pedaço do meu próprio corpo” que sai de mim!... Hoje, graças a Freud me vir no espelho de Lacan: quem de novo se apaixonaria por mim? Paradoxo: nos tempos das espinhas do rosto eu também me achava bonito e por que não hoje? Dito de outra forma, a “paixão do outro por mim”, há de nascer antes na semente plantada no meu amor próprio, sem este, ainda estaria preso à enchente do primeiro beijo. E assim, as flores, o gole de vinho, as mãos

PROFESSORES REALIZAM MANIFESTAÇÕES EM FRENTE O CENTRO DE CULTURA

Os professores em greve da rede municipal de Caxias estão agora realizando uma manifestação em frente o Centro de Cultura. Os manifestantes sairam da praça da matriz, carregando velas acesas e postando  faixas. As informações que acabam de chegar  dão conta de que para evitar que os manifestantes adentrem ao interior do prédio, as portas do Centro de Cultura foram fechadas. Os manifestantes seguem com velas acesas entoando cânticos religiosos. Desde o dia 12, os professores estão com suas atividades paralizadas.

A AMIZADE

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Gilvaldo Quinzeiro Nada como  permaner de olhos fechados, enquanto o que se passa lá fora é atentamente obsevado por outrem! Daí a importancia de se conquistar e preservar uma amizade! Aliás, a confiança é resultado de uma equação de uma amizade verdadeira. Isto é, não obstante as diferenças, o que se adiciona é o que passa ser esteticamente bonito!

A COPA DO MUNDO E A COBERTURA RADIOFÔNICA

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Gilvaldo Quinzeiro Antes da imagem televisiva, o rádio era quem nos dava as cores do espetáculo de uma partida de futebol. Às vésperas da copa do mundo os torcedores corriam às lojas para comprarem um radinho de pilha. Dia de jogo a família e os amigos ficavam empilhados ouvindo a emocionante narração de Valdir Amaral e Jorge Curi, pra mim indiscutivelmente os melhores narradores esportivos do rádio brasileiro. “Tempo e placar no estádio do Maracanã”! “Tem peixe na rede da Argentina”! Eis alguns dos bordões que ficaram famosos nas narrações esportivas. A cada jogada narrada pelos locutores com tanta vibração, o coração do pobre torcedor parecia querer sair pela boca! O rádio era mais democrático do que a televisão, porquanto, dava ao torcedor a oportunidade de criar imagem do seu próprio time. cada torcedor poderia imaginar como seria fisicamente este ou aquele jogador. Além é claro de ficar inventando a jogada que levou o jogador a fazer o gol. Ou seja, o rádio possibilitav

OS DESERTOS DIÁRIOS

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Gilvaldo Quinzeiro Temo que a solidão invada e mate as pessoas como numa fúria de uma onda gigante! Os desertos de olhares e mãos que afaguem dão sinais de que isso já estar acontecendo lá para o interior da gente!... È aqui no meu interior que eu deveria sentar comigo e comer tâmaras... Quanto aos desertos, estes deveriam só haver  lá fora!... Mas, o lá fora se tornou o dentro de nós. E ao invés das tâmaras, se masca chiclete tal como se mastiga os fantasmas que povoam os desertos!

A DIMENSÃO FANTASMAGÓRICA DO GOZO

Gilvaldo Quinzeiro Uma mulher “pelada” é igual a todas: a nossa mãe; a nossa irmã, a mulher do vizinho -, a diferença entre estas, mesmo estando nua é exatamente o nosso olhar sobre elas. O mesmo também pode ser dito em sentido contrario pelas mulheres, em relação aos homens. A saber, é o olhar da mulher sob o homem pelado que faz a diferença deste em relação a outro. Este “nosso olhar”, entretanto, se difere de qualquer outro olhar, porque acrescenta ao objeto olhado, algo que é essencialmente nosso, isto é, a fantasia. Assim sendo, um ser “fantasmático” no dizer de Lacan, é exatamente o que vemos e pelo qual nos excitamos e fazemos sexo. O orgasmo é por assim dizer, o ponto de encontro entre “dois ou mais fantasmas”, que nunca se vêem, mas que retornam o encontro no dia seguinte. Em outras palavras, o gozo é de uma ordem na qual uma terceira pessoa interfere decisivamente para que o “gozo ou não gozo” se realize. Assim sendo, não há um gozo sexual em si mesmo que não se

SEXO, PULSEIRA E A LEI

Gilvaldo Quinzeiro Foi aprovado na Assembléia Legislativa do Estado do Maranhão, na sessão de segunda-feira, 26, o Projeto de Lei da Deputada Eliziane Gama (PPS) que proíbe o uso e a comercialização das “pulseiras do sexo”. Além do Maranhão, os Estados do Pará, Paraná e Rio de Janeiro adotaram a mesma medida. A “sexualização” das pulseiras, isto é, o uso da pulseira com cores identificando a prática do sexo, que vai desde um simples abraço ao sexo oral, é a prova de que, ou assunto é tratado em família e nas escolas, no sentido de orientar os adolescentes, ou estes substituirão as palavras que poderiam expressar suas dúvidas e até mesmo a afetividade para com o parceiro a ser escolhido para se fazer à prática sexual. Do contrário, os mesmos farão sexo de supetão quebrando esta ou aquela pulseira. Em outras palavras, não é a simples curiosidade sobre o sexo típica da adolescência que nos chama atenção neste caso, mas, como o próprio ato sexual é transformado numa espécie de gam

VELAS PARA EDUCUAÇÃO

Gilvaldo Quinzeiro Nos últimos tempos o Maranhão tem sido notícia negativa nacionalmente, seja na política, na saúde, no esporte (veja o caso do Chapadinha) e agora na educação. Na rede pública estadual, não bastasse o ano letivo ter começado com atraso, muitas escolas em razão das reformas ainda não iniciaram suas aulas, o que levou muitos pais às pressas transferirem seus filhos para outras escolas distantes das suas residências. Isso sem falarmos na possibilidade de uma decretação de greve dos professores, caso as negociações entre governo e sindicato não cheguem a um acordo. Em Caxias, que também ganhou o noticiário nacional de forma negativa, os professores a mais de 15 dias estão com suas atividades paralisadas. O caso já foi levado ao conhecimento da Promotoria Pública, mas até hoje permanece o impasse. Preocupados com o não avanço das negociações , e , diante da ameaça de retaliação por parte do poder municipal, os professores lançaram uma campanha na Internet na perspect

O HUBLLE

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Gilvaldo Quinzeiro O telescópio Hublle que foi lançado ao espaço no dia 24 de abril de 1990, tem sido a exato 20 anos, os nossos olhos nos céus. Com a nossa visão ampliada para além dos nossos olhos humanos, o Hublle nos cegou de ver o que antes era imaginável! Todavia, o mais visível é o que não queremos ver, ou seja, os mendigos cegos ou não pelas ruas das cidades querendo ser vistos, não com os nossos olhos, mas com uma ação politicamente humana que promova a tão falada inclusão social!

AS FILAS, O SUJEITO E A DESILUSÃO

Gilvaldo Quinzeiro As filas “andam” barrando o sujeito. Ou seja, as filas quaisquer que sejam nos levam ao asujeitamento, e assim sendo nos remetem as “cinzas” no que se tornou o sujeito. O péssimo atendimento dos funcionários seja do setor público ou privado asfixia a nossa incipiente cidadania. Nos bancos e nos hospitais as filas são o retrato do que é o por dentro do “buraco negro” das instituições que se “modernizam” no tocante aos letreiros dos seus anúncios, porém, obsoletas no atendimento e no trato da pessoa humana. E o que dizer do atendimento aos idosos e pessoas portadoras de necessidades especiais? Mas, isso é também um reflexo do conjunto da sociedade. O tal “jeitinho brasileiro” nos aleija no quesito ética e cidadania, fato este que nos torna asujeito e acidadão! Portanto, a ilusão de que somos cidadãos com os plenos direitos assegurados pela Constituição se desfaz paradoxalmente no momento em que nos valemos deles! Ou seja, no momento em que precisamos enfren

E AGORA JOSÉ?

Gilvaldo Quinzeiro Neste tempo em que nossos olhos se segam de ver as imagens da tv, e que nossas “caras pintadas” se desbotam no envio das malas cheias de dinheiro... Maleta... malote sem lá... E que nossos ouvidos se ensurdecem de ouvir o não que diz sim a arma que mata, mas, o que mais mata é o que nos fere por dentro, e o que mais nos fere por dentro é a ferida de termos feridos o outro – , por isso é que venho propor para falarmos de algo puramentemente profano, algo essencialmente humano; de algo psicanalítico e freudiano! Aliás, o céu que nos cobre também é pelado; o universo inteiro dança no ventre a dança que tornou o útero a nossa origem do universo. O universo que prometeu a terra prometida. A terra prometida está no que oferecemos para o Outro. O Outro que nos criou com suas palavras. Palavras que nos distanciam do céu da boca. A boca que engoli a realidade como se fosse comida... afinal quem quer ser comida? Bem que te vi a bunda à brasileira. Faríamos mais sucesso

VOO DA ÁGUIA, QUE DESCONHECE O VOO

Gilvaldo Quinzeiro Paradoxalmente, assim como o vôo da águia, que desconhece o vôo, contudo, esta continua a voar por sobre colinas e vales, o homem é sempre o desconhecido que tende a ser conhecido, conquanto, não sendo conhecido ainda assim o é. Em outras palavras, todo o ser humano constitui-se numa coreografia cujo bailarino desconhece que dança, assim como a águia desconhece o vôo. Todavia, o que nos escapa por não percebermos que estamos dançando será sempre a constituição da qual poderemos vir a ser. E não há como ser sem também deixar de não ser para ser o que somos. Contudo, o “ser” (dançar) para o homem será sempre como o “vôo” para a águia: o que se desconhece, a menos que o outro o resignifique para si. Todavia, para alçar vôo a águia estende as asas, o homem, no entanto, para ser (dançar) projeta-se no mundo, tornando-o, sua recriação e personificação, condição mínima para que o homem possa no mundo habitar, e este o homem. Tendemos sempre pois, a fazer o mundo do “no

AS FLORES DE MARÇO

Gilvaldo Quinzeiro Em ano eleitoral a primavera se antecipa: tigres e leões pastam juntos; as arapucas são “desarmadas” e os passarinhos enfim descem dos altos galhos das arvores e ciscam no chão! Porém, o mais extraordinário desta mudança de estação é a “união” da onça e do macaco, como bem dizia o ético e saudoso Jadhiel Carvalho – a onça que estava faminta contratou o macaco para criar uma estratégia para dividir os bois, uma vez que estes andavam sempre juntos, o que dificultava o trabalho da onça em comê-los. O macaco, esperto como sempre começou fazer “fuxico” de um boi para o outro, e, não tardou conseguiu dividir a boiada! O final desta história cabe a imaginação do (e) leitor!... Dito em outras palavras, “as flores de março” mesmo sem as tão esperadas chuvas desabrocham rapidamente, assustadoramente... E os “sapos”? - Com estação da primavera antecipada pela força das intempéries que faz aumentar a quantidade de predadores, estes serão facilmente engolidos! Por fi

O TAMBOR

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Gilvaldo Quinzeiro(texto) O que seria das tribos africanas sem o batuque de seus tambores? O que teria sido dos escravos na dura rotina dos canaviais do Brasil sem o “poder da transcendência” dos tambores? A expressão “bater um tambor” é o mesmo que nos dias de hoje, “fazer uma terapia”. Aliás, a terapia que não nos devolver o “cantar e o bailar” não pode ser comparado à eficácia de um tambor. O tambor é uma espécie de “útero de almas” em substituição ao corpo que padecia, isto é, se durante o dia, o corpo era sede da violência que o esmagava, a noite o tambor era “alma” que transcendia a todos os castigos. Como bailar e cantar se o corpo já não existia? Por quem bailavam as almas? O fato é que o batuque com seu efeito na psicomotricidade movia o corpo “esfolado” pelos castigos para além dos açoites – uma viagem a um outro lugar habitado pela esperança! Era como se diz, “a cara do tambor que amanhece o dia...” Enfim, o tambor! ... O tambor foi quem de fato “libertou” os es

O BICHO QUE CORRE ATRAS DE MIM SOU EU

Gilvaldo Quinzeiro A engenharia psíquica arquiteta e edifica pontes que nunca conseguimos cruzar e abismos que todos os dias os transpomos. Com efeito, as paredes que nos fazem fundo ou a porta da frente é tão paradoxal que a existência dela é penas questão de ponto de vista. Tais como as aranhas tecemos as redes que podem servir de nossas casas ou de armadilhas, ou seja, o ato humano incide no desato que ata o nó da palavra que se desata sem sentido na desatenção de quem não consegue ouvir atento ao passageiro que viaja por dentro si rastejando-se como lagartixa na areia quente. Em outras palavras, Eu, vaqueiro dos meus próprios fantasmas cuspo em mim quando não desato o nó no qual as palavras do outro me amarrou!

DINHEIRO, FEZES E CONHECIMENTO: UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE A SUBJETIVIDADE.

Gilvaldo Quinzeiro Em tempo de crise econômica internacional, onde os impérios ora inquebrantáveis ruem qual poeira nos desertos, e que só abruptamente no ápice da crise nos damos conta através dos comentaristas econômicos que ate então faziam apologia a esta mesma economia, de que “tudo é virtual” – cabe uma discussão em torno do valor que nós agregamos ao dinheiro. Valor este sem o qual, o dinheiro não teria o poder que nos faz “matar e morrer” por nada, por que no final das contas, o dinheiro vale o que se acrescenta a ele de nós. Em outras palavras, é tempo também de se discutir a subjetividade. Para isso, entretanto, vamos nos valer dos fundamentos da Psicanálise. É exatamente o genial e polêmico Sigmund Freud que ao falar do desenvolvimento psicossexual dos indivíduos, faz um comparativo entre as fezes, objeto relacional da criança no período denominado Anal, e o dinheiro. Como assim? A criança usa o ato de expelir ou reter as fezes (uma manifestação do controle da criança

A BOCA DA NOITE

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    A boca da noite engole os últimos instantes do dia de hoje. Mais tarde, nalgum lugar as aves noturnas começarão riscar o céu escuro! E  numa casinha de sapê uma lamparina invadirá a escuridão noite adentro!... Uma rede preguiçosa embalará os sonhos de quem amanhã bem cedo se manterá de pé para enfrentar mais uma labuta!...

Ouvi o clamor deste Povo!!!‏

Prezados (as) Senhores (as), Nós, os professores do municipio de Caxias-MA, base eleitoral do deputado Flávio Dino, onde o prefeito é seu aliado, estamos a mais de 15 dias em greve (ver JP, Caxias em Off, do período). Tivemos uma primeira audiência com o MP. O prefeito foi a TV de sua propriedade e fez ameaças veladas aos professores. Estamos iniciando uma ação via internet com a finalidade de sensibilizar o deputado Flávio Dino a ouvi o clamor dessse grupo social caxiense, Solicitamos que a Direção do PCdoB-MA considere a possibilidade de ações do Deputado no sentido de evitar um agravamento da situação. Francinaldo de Jesus Morais Professor do Municipio de Caxias

OS SEIOS

.Gilvaldo Quinzeiro  Sorte daqueles que encontrarem “seios, mãos e palavras” que lhes acolham e lhes “homemfiquem”! Do contrário, não passarão de uns  “germes” entre nós a provocar enjoos e fortes dores no “estômago” da sociedade!

A IMAGEM, CORPO E A VIOLENCIA

Gilvaldo Quinzeiro 1. A “Imagem” é mãe não do espelho, mas daquele que sem este não se (re)conheceria, isto é, do corpo, mas, não do corpo qualquer – o Corpo cuja imago é também a imagem do Outro, a saber, o homem. Dito de outra forma, o espelho sem a imagem é como a palavra sem o Outro. 2. Numa época em que as palavras se tornam escassas em comparação com a quantidade de coisas para serem significadas, “as imagens” se tornam não só prevalentes como até a sua “antropomorfização”, o tormento para Corpo que sem a mediação do Outro vive em si “o inferno” que antecede as palavras. 3. Fato este que nos faz retornar as condições de vida nas cavernas, onde o corpo era usado como “coisa em si”, para de si se (des)coisificar. Neste sentido, o corpo funciona também como substituto da mais arcaica ferramenta de trabalho e de guerra. Certamente, antes de o homem dominar o mundo com as palavras, o fez com o uso do corpo. 4. O que se observa no nosso tempo é a perplexidade, a “não-palavra

AS VERDADES DE ARGILA

Gilvaldo Quinzeiro Tudo pode ser diferente, igual a que nunca se imaginou ser; e a imagem que se vê no espelho é a pedra que estilhaça a “verdade”. A “verdade” é um espelho que reflete o em si para si. Mas, quebrado o espelho também se despedaça o encanto por si, e assim se inicia a busca pela “verdade”... Na busca pela “verdade”, o muito que se tem conseguido é “sepultá-la” no fundo dos abismos das palavras, onde se acredita que aquela não tem nada de si. Dito de outra forma, a “verdade” é o para si no que há de si na “verdade”, tal qual a imagem refletida no espelho. A “verdade” é como uma argila amassada para, com “a mão grega”, se erigir um olhar que não tem olhos para si. Ou seja, se a “verdade” fosse algo que se pudesse desenterrar tal como numa escavação arqueológica, o que se veria era certamente o que também aos olhos se cega. Portanto, desenterrar a “verdade” é redescobrir entre pedras e estilhaços de argila ou de espelho, o olhar vazio de quem não quis se ver es

O ÚTERO: A NOSSA ORIGEM DO UNIVERSO

Gilvaldo Quinzeiro O útero, é por assim dizer, a nossa “origem do universo”, de sorte que não obstante nascermos todos chorando, é tão somente no riso que nos encontramos de volta a nossa gênese materna, ou seja, ao interior do útero. Enquanto, o choro é exatamente o sinal de que a alguma coisa se afastou de nós. Assim sendo, a caminhada da humanidade, cujo umbigo está ligado a “origem do universo”, se dá de costa para o futuro, porque é do passado que ecoa os “gritos das experiências”, que nos servirão de paradigmas no presente. Viver fora do útero é portanto viver para a ele retornar. Enquanto que a morte, se constitui nas perdas constantes de energia nesse eterno e em vão esforço para retornar ao útero. Morrer portanto, não é uma causa, mas tão somente uma conseqüência. Ter uma vida pós-uterina com autonomia, é saber portanto, usar todo o nosso potencial energético em atitudes que nos tornaria se não eternos, mas com certeza de uma vida mais duradoura e feliz! Partindo do pont

O ANIMAL

Gilvaldo Quinzeiro O animal, que se humaniza em nós, é a parte de nós que sobrevive para além do tempo, que nos concebe humano. Mas, mesmo este “humano concebido”, só o é, estrangulando-se o nosso lado animal, que nem sempre se humaniza, estando assim aberto ao “vir a ser”!...

A PRESSA

Gilvaldo Quinzeiro Apressa de se apressar para com pressa não perder a pressa de está sempre apressado, pode nos confirmar por outros meios, que, assim, já estamos há muito tempo ‘fixo’ no que nos impele a pressa, sem conseguirmos dar um passo sequer rumo ao destino longínquo que também pode estar ao alcance de nossas genitálias. A conseqüência desta “pressa” na vida dos apressados pode ser inclusive, o de não usufruir com tempo, o tempo que escorre entre os dedos, ou de não saborear pelos sentidos, as cores, os sabores, os sons, os aromas e as caricias que exigem um certo tempo para a sua maturação em nós; a falta de estética, seria uma outra conseqüência derivativa, mas, sobretudo, o cume desta pressa seria sem duvida nenhuma, a ejaculação precoce. O menino já “homem”, não consegue ser mais “menino”, este quando homem, viverá morrendo de vontade de ser novamente um menino, mas será tarde demais, pois por ter vivido entre os “homens” aprendeu com estes que  ser como um “menino” é

O GRITO QUE NOS PEDE SOCORRO

Gilvaldo Quinzeiro Por traz do sonho sonhado, do sintoma que nos agoniza, do corpo que cai pro lado, pode estar o desejo por nós ainda não realizado; este é o desejo de uma parte de nós aliada ao desejo dos outros. Os outros que também somos, nos ocupam os espaços vazios; vazios que em nós tomam a forma diversa, tal como a água nos cálices que se transforma em vinho. Vindo de dentro de nós, o grito que nos pede socorro, mas para o qual fechamos a porta; a porta cuja fechadura perdemos a chave, eis que nos falta um cambito para nos tirar do fundo do poço!

O PESCADOR

Gilvaldo Quinzeiro Se quereres realmente tudo na vida, então seja um pescador, pois este na fome de comer o peixe pesca também o mar sem saber que o mar também é fonte de alimento que sacia a alma!

O TEMPO

Gilvaldo Quinzeiro De tempo em tempo, nasce um Freud ou um Galileu... Mas, o tempo todo aumenta as penas e os tribunais das inquisições... Os deuses das religiões e também os deuses das ciências, se perpetuam no tempo pelo prazer de ver suas aves de rapinas se alimentarem das vísceras de Prometeu... O sagrado nas mãos dos homens é profano, o profano nas mãos dos deuses faz ruir seus tempos de glórias em templos construídos para serem eternos.... No tempo dos gregos, Zeus fez Dionísio nascer da “barriga da sua perna”, no tempo de hoje ainda se pesquisa o que fazer com as células tronco?.... Eis que o tempo nos arrasta precocemente para o futuro. Que futuro? O futuro há muito tempo é presente. O presente toma de emprestado o passado. O passado, tende a se repetir no futuro?

A SALA DE AULA, UM RELATO DE UM SOBREVIVENTE

Gilvaldo Quinzeiro Pretendo escrever este breve ensaio a respeito da sala de aula, local onde passo a maior parte da minha vida. Mas objetivo escrever de uma forma poética e prazerosa, divertindo-me com as palavras e realizando assim uma catarse. Ousarei falar a partir da minha própria experiência enquanto educador, poeta e ser humano. Servirei-me para este fim, da contribuição da Psicanálise, da Historia e da Antropologia; todavia, não quero tornar o texto um tratado desta ou daquela ciência, porque quero, sobretudo usufruir a liberdade de um poeta apaixonado. Um simples andarilho, que pega carona de trem e segue sua viagem rumo ao desconhecido, que é o dia-a-dia da sala de aula... Quando externei meu pensamento de escrever a respeito da sala de aula, um amigo meu, também professor, sorriu me perguntando: “mas do quê mesmo você vai falar?” Ao que prontamente respondi: “Vou falar sobre a sala aula de um modo que ninguém jamais ousou escrever. Estando agora a escrever a respeito de

A TOPOGRAFIA DA VIOLÊNCIA

Gilvaldo Quinzeiro A violência é uma linguagem. Uma linguagem em resposta ao “que de si se perdeu, o que a si nunca pertenceu, num duelo do si para si com o não - outro”, tal como o cão reage à perda do osso para o outro cão que pelo osso fez de si o para si. Ou seja, sendo uma linguagem que antecede a fala que antecede ao sujeito, a violência se dirige ao “não - outro” que pela sua falta não edificou o “sujeito” e, este por sua vez se depara com o não-objeto que instala em si o si da falta. Do anunciado acima chegamos à conclusão de que a violência é uma resposta ao “apagamento do sujeito” pela falta de alteridade. Em outras palavras, a violência é o “vir –a- ser” que já é em si o que não deveria ser por não ter quem fala por ela. A raiz da violência na contemporaneidade deve ser distinguida da raiz da violência dos tempos primevos. A saber, a primeira é produto da "luta do homem pelo osso", isto é, da “não civilização”; a segunda é imanente a “animalidade” que emerge co

AMOR E ÓDIO

Gilvaldo Quinzeiro O caminho percorrido por quem ama é o mesmo caminho que o trará de volta ao ponto de partida onde o amor acaba. O trajeto tanto para o amor quanto para o ódio é o mesmo. A diferença, no entanto, consiste em que com amor os obstáculos são todos transponíveis, já com ódio o menor dos obstáculos ganham de nós toda a força que nos faz pequeno. Tanto o amor, quanto o ódio são forças que nos arremessam para muito além de nós. A diferença, no entanto, entre e um outro é que no amor, os pântanos mesmo nos atolando são como pontes que nos atravessam para o outro lado de nós; já no ódio não passam de atoleiros que se mantêm dentro de nós sem perspectivas de nenhuma travessia. Todavia, de toda esta reflexão podemos concluir que o “combustível” que alimenta tanto uma força, quanto à outra é extraído de nós mesmos. Ou seja, o ego que se encolhe a medida que ambiente o invade quando odiamos, é tão devastador aponto de nos achatarmos dentro nós; já quando amamos, ao invés nos s

UMA REFLEXÃO SOBRE O CORPO E SEUS LUGARES

Gilvaldo Quinzeiro O homem antes de ser social, o é biológico. Assim sendo, o corpo está para o homem, como a água está para o mar – a água existirá sem ser o mar, este, contudo, não existirá sem água. Do mesmo modo, o homem enquanto “ser social”, forjado e condicionado pela sociedade não existiria sem o corpo, já existência deste independe do homem bem como da própria sociedade. O “homem” é pois, apenas um conceito limitado e ampliado pelas diferentes sociedades em períodos históricos determinado. Já o corpo é uma realidade primária, fruto do longo desenvolvimento evolutivo da vida no planeta. Abrigando em si todo o processo químico e biológico inerente a natureza evolutiva da vida. Processo este que as sociedades por razões diversas, tem ignorado e evitado conhecer. O homem ao tentar sobreviver, recorre aos seus mecanismos de defesas acumulados ao longo de toda a sua evolução reagindo tenazmente a quaisquer ameaças. Mecanismos estes que nos tornam similar aos outros animais, e c

DE FRENTE AO PASSADO

Gilvaldo Quinzeiro O caminho que faço por mim e em mim, é constituído dos retornos ao meu “descaminho”, onde aprendi a engatinhar na estrada do Outro, condição esta que me faz seguir em frente, rumo aos lugares que já estive no passado, sem que estes se tornassem “ presentes” em mim. Sigo sempre em frente seguindo o “passado do Outro! O Outro que me deseja o futuro igual ou diferente do seu presente! O presente é sempre o “retorno ao passado”, e como neste estamos “engatinhando” – os mais intensos prazeres serão sentidos com e pela boca – ficar de pé, só com ajuda dos outros. E assim criamos como defesa as “ilusões de comermos o Outro ou de sermos comidos” por este escondidos atrás da moita aguardando o futuro que nunca chegará!...

UMA CANÇÃO E UMA PALAVRA AOS JOVENS ÀS VÉSPERAS DO FIM DO MUNDO!

Gilvaldo Quinzeiro 1 – Num mundo no qual se acredita ter chegado o seu fim, a juventude ainda assim é o seu começo. E, em sendo o começo então ainda é tempo de se evitar o fim. Daí a indiscutível importância da juventude para rejuvenescer os que se encontram agonizando. Daí a importância da juventude para tomar as rédeas do mundo. O mundo que prometeu o futuro para a juventude, mas que de concreto só lhe herdou o presente despedaçado sem chance nenhuma de haver o futuro. 2 – Mas, se a juventude é este “começo”, esta força que rejuvenesce num mundo com o “final marcado”, então entre os jogos de interesses antagônicos que caracterizam a nossa sociedade, há quem prefira fazer da juventude uma mera “banda numa propaganda de refrigerante”, a ver os jovens mudar o mundo com a força de suas canções. Há quem prefira ver os jovens apenas com corpo tatuado ou com o seu jeans rasgado como forma de contestação, a ver os jovens exigindo melhoria da sua sala de aula; melhoria da sua rua; do se

O EGO, UM ESTRANHO FORA DO NINHO, COMPLICAÇÃO DE QUEM FOI LÁ FORA E ENCONTROU A PORTA FECHADA

Gilvaldo Quinzeiro O ego é a mais estrangeira instância da natureza humana e sua missão a mais absurda de todas: “caminhar sobre as águas em plena tempestade”! Missão essa que deixa o ego com uma “aparência” fantasmagórica e atitudes ambígua, dado a pressão e a responsabilidade que lhe pesa sobre os ombros. Neste trabalho vamos abordar o que torna o ego numa espécie de alienígena, bem como a sua quase impossível missão. Para isso, no entanto, vamos recorrer a uma linguagem metafórica, a única que achamos conveniente na perspectiva de atingirmos nosso objetivo anunciado. No principio tudo era “caos” para ego ser. No meio do caos esmagador, eis que surge a demanda para o “vir a ser o que sai de si” para repelir ou aliar-se ao que lá fora se constitui na mais devastadora ameaça. Ou seja, o organismo arcaico para evitar a morte eminente expele de si o que de si terá lá fora para quando este estiver dentro de si, de si se diferenciar pelo que há de fora em si. Nestas condições, o

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI EM GREGO DE DA VINCI

Gilvaldo Quinzeiro Quem ainda não desvendou o “Código de Da Vinci” desconhece o céu pelado que há sobre a cabeça. Alias, o céu também é aqui, porque lá de qualquer lugar do espaço se pode ver a Terra, tal como o sol ou a lua, nascendo ou se pondo no céu. Logo se conclui que já estamos todos no céu. Pena que nós homens “filhos de Deus” nos esquecemos que os outros macacos também precisam de proteção. No tempo dos gregos, Zeus fez nascer Dionísio da barriga de sua perna. No tempo de hoje os deuses estão brigando entre si para saber quando acontecerá de fato o “fim do mundo”. O mundo onde todos os “macacos” querem também ser Deus. E assim o presente nos arrasta precocemente para o futuro. O futuro que pertence aos “sanguessugas” que já batem às portas! Resta-nos, pois, tomar o fogo das mãos de Prometeu. Mas, voltando a falar Da Vinci este escondeu no sorriso enigmático de Monalisa, uma peça chave para o X da questão. Pena que os “bárbaros” que administram a cidade não se preocupam

A MORTE

Gilvaldo Quinzeiro A morte no que esta tem de nós quando a desejamos para de nós tirarmos à vida, é “espetacular” em alusão ao “sentido” que se acrescenta de nós a ela, ou seja, a morte sem o sentido humano sobre ela é de fato a morte. Pena que se morre todo o dia, quando não se (re) inventa a vida que nos escapa o sentido! Dito de outra a forma, a morte no que esta possui de nós mesmos tem muito a nos ensinar, sobretudo, a cerca dos motivos pelos quais a deixamos escapar de nós. Ou seja, o nosso “fascínio” pela morte deve no mínimo nos conduzir de volta a vida perdida que passou a dar sentido a nossa morte. O “espetáculo” em torno da morte do rei do pop Michael Jackson conforme exibição midiatica, por exemplo, foi apenas o desdobramento do que este em vida fez nos palco encantando milhões de fãs em todo o mundo cantando e representando o “ser bizarro” no qual se transformou, mas sobretudo, na maneira como este se fascinava pela morte ou, dito de outro modo, como este fazia da sua

A FACE OCULTA DA FACE

Gilvaldo Quinzeiro O ciúme patológico é de uma ordem na qual o “objeto conquistado” não o faz “conquistar” o conquistador. De sorte que este, só se “satisfaz” com a conquista quando destrói o “objeto conquistado” para finalmente só restar o conquistador por ainda se conquistar. Do anunciado acima podemos extrair a seguinte conclusão: 1 – O ciúme patológico oculta a falta da conquista do conquistador – a falta de si mesmo; 2 – Esta falta é substituída pela conquista do objeto conquistado; 3- Como o objeto conquistado não preenche a falta da conquista de si, o conquistador passa a conspirar contra a sua conquista 4 – O desfecho final tende a ser a eliminação do objeto conquistado para finalmente o conquistador perceber que lhe falta à conquista de si, tal descoberta por ser tardia, isto é, já com muito “leite derramado”, e podendo o levar a sua própria destruição, ou seja, o caçador se transforma em caça. Portanto, o exposto se conclui o que os gregos desde Sócrates já sabia

UMA TOPOGRAFIA FAMILIAR, O INFERNO É BEM AQUI

Gilvaldo Quinzeiro A família enquanto “edifício” que abriga e sustenta o sujeito é constituída de três lugares distintos e estruturantes. A saber, o “lugar berço”; o “lugar penico” e o “lugar espelho”. A família enquanto “lugar berço” é o que acolhe, nutre e protege o sujeito no seu estado de larva (criança); já quanto o “lugar penico” a família é onde se vomita, se urina, se defeca e se ataca cruelmente o Outro, especialmente os pais – fase na qual a larva começa a “beliscar o casulo” para dele se desvencilhar. O “lugar espelho” é a fase na qual o usuário do penico, a criança, se depara com a presença dos pais reagindo aos seus “ataques”, podendo esta ter seus “excrementos” de volta (quando os pais se desestruturam e contra-transferem) ou escoado (quando os pais permanecem firmes ainda que atacados). Ser “berço”, “penico” ou “espelho” exige dos pais a capacidade de serem de fato “estruturas estruturantes”, tal como os pilares de uma edificação. Em outras palavras, os pais se qu

SERMÃO PELA PAZ

Gilvaldo Quinzeiro Bem-aventurados aqueles que mesmo seguindo por caminhos tortuosos, chegam enfim, algum lugar dentro de si! Está escrito, qualquer lugar dentro de si, é sem duvida nenhuma, o melhor lugar para se estar no mundo! Bem-aventurados aqueles que mesmo não sendo, de esquerda ou de direita, mas que derrubam no seu dia a dia seus muros de Berlim! Na verdade, na verdade, jamais haverá democracia plena no mundo, enquanto em nossas casas continuarmos sendo ditadores! Bem-aventurados aqueles que amam verdadeiramente os outros, sem ter que precisar enfrentar a fila daqueles que vão para o céu! Quem tem ouvidos para ouvir ousam! Eis que só amor salvará a gente da solidão, e de nossa própria solidão! Está escrito, a paz que falta no mundo, exatamente a paz que falta dentro de cada um de nós! Que seja de paz este e outros momentos ! A paz! Feliz terça-feira!

O EGO, O FANTASMA E A MORTE

Gilvaldo Quinzeiro 1 – O que ora ouso escrever o faço também (des) escrevendo tal como o fugitivo que (des) faz o próprio rastro. Digo isso não para escapar do objetivo traçado, mas por me desejar a “perdição” dos (des) caminhos que o tema ora em questão me coloca, isto é, do não-retorno e o do não-saber por onde começar. 2 – E assim, na trilha tortuosa da vida: com quantos fantasmas o sujeito se permite ser por eles devorados? Quais dos fantasmas que me invadem mundo adentro eu sou? Sou todos os fantasmas de mim? Os mesmos fantasmas que de mim se alimentam não são por mim também alimentados 3 - Para adentrar a este mundo obscuro, onde só os (des) humanos do porte de Sigmund Freud arriscaram a penetrar, vou me valer dos “gritos por socorros” daqueles que se esvaem em fantasmas, a saber, a criança e o adolescente. Daqui pra frente escreverei ouvindo as “vozes dos meus fantasmas” colhidos em mim na dimensão do Outro que me fez ouvir, seja na clinica, seja no dia-a-dia da sala de a

O ÚLITMO XAMÃ NOS CHAMA PARA DANÇAR

Gilvaldo Quinzeiro Quando nos damos às mãos para fazer a roda que roda com a gente cantando em roda, cria-se o “útero cósmico” que nutre e pari a alma da gente. Se os meninos que hoje esfolam a venta cheirando pó ou cola, tivessem aprendido a brincar de roda nas noites de luar, não hesitariam em cultivar nos seus quintais, jardins com rosas e margaridas para depois de cheirá-las colocarem na lapela. Se os meninos de hoje tivessem aprendido a comerem “cambica de pitomba socado no pilão”, coado com a mão, e depois de se sentarem em roda no chão com outros meninos matar a fome, ao invés de se empanturrarem com sucos enlatados, em pé, e sozinho com fone no ouvido; talvez não se ouvisse falar tanto de bulimia, aneroxia depressão! Se os meninos tivessem aprendido fazer um “cofo” para ir pescar no riacho, e de volta da pescaria, cozinhassem o peixe na folha da bananeira, não haveria tantos filhos roubando dos pais para aos pais nunca mais retornar! Se os meninos acordassem de manhã

UMA PEDAGOGIA PARA O FIM DO MUNDO

Gilvaldo Qunzeiro Paradoxalmente, o mundo que se ergue do conhecimento é também o mundo que velozmente não se contempla, porque o conhecimento com o qual se cria o mundo agora, já está prenhe do outro mundo a ser criado mais tarde. De sorte que o presente nos arrasta precocemente para o futuro. Dito com outras palavras, a sociedade contemporânea que vive sob a égide de tudo o quanto é cientifico e tecnologicamente avançado, enfrenta o dilema de não ter homens e mulheres que o contemplem na sua complexidade, mas, sobretudo, que não sejam capazes de, com mais conhecimentos evitar o seu fim. Assim sendo, se faz necessário se pensar e se praticar uma pedagogia nascida deste dilema, e porque não dizer, uma pedagogia para evitar o ‘fim do mundo’ Esta Pedagogia da qual falamos e precisamos praticar passa necessarimanento pelo enfrentamento dos desafios fantasmagóricos da sala de aula que, se não é o bicho como muitos afirmam, mas certamente é nosso maior achado antropológico, isto é, o elo

A FACE OCULTA DA VIOLÊNCIA

Gilvaldo Quinzeiro Tal como uma cena do teatro grego, a violência nossa de cada dia possui inúmeras faces ocultas por máscaras cujos atores, ora ocupam papel de protagonistas, ora de platéia. Isto significa dizer que: a) somos todos de alguma forma responsáveis pela violência; b) a violência é historicamente construída, e como tal, atende a interesses diversos. Assim sendo, a não-violência é como a verdade, isto é, depende do interesse e do poder para se tornar algo vigente. A “civilização” nada mais é do que um “tapete persa com o cisco debaixo”. Em outras palavras, tal como se constrói uma cidade sobre um pântano, uma civilização é edificada sobre uma natureza cuja força se insiste em negá-la. O próprio homem, no entanto, é um misto de uma natureza animalesca e de uma outra que se “humaniza” á medida que a primeira é aniquilada. Portanto, aos poucos perdemos a condição de ser humano para nos transformarmos apenas em “seres consumidores”, ou seja, em "coisas". O que seria

A REDE

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A rede me leva preguiçosamente para dentro de mim, aos passos que meus pés no chão correm aos meus desencontros! Aqui é meu Rumo, lugar comum em mim e presente em todos os outros lugares onde vou. Vôo ouvindo as conversas dos caboclos que de tão sábios usam as palavras como assento! Eu João Preguiçoso!... Psiu! Menino traga-me uma xícara de café!

PROSA DE DOMINGO

Gilvaldo Quinzeiro Nesta manhã chuvosa de domingo, como nos tempos em que se ouvia uma boa música ao pé do rádio, um cheiro de café torrado na panela e socado no pilão, um prato de cuscuz esfumaçando na mesa, e, depois de bater uma pelada, tomar um banho nas águas claras dos riachos, eu quero puxar o tamborete para prosear com os meus amigos internautas, seja ele o meu compadre Antônio Luis, lá da Cohab, Carloman, do centro da cidade, outros lá pras bandas de Goiás, Kátia e Valéria; outros em Minas Gerais e por todos os cantos do Brasil Pois, bem aqui neste lugar, já foi mata virgem, onde a onça pintada esturrava, o veado catingueiro corria, hoje tudo é sapequeiro e carestia com aumento do preço da cuia de farinha! Mas no passado, o tamborete foi mobília de valor; homens tiravam a barba sem olhar no espelho, mulheres usavam anáguas abaixo do joelho; as crianças respeitavam os mais velhos e o jumento era quem dava a hora certa no sertão. Ai que saudade eu sinto do tempo da minha mocidad